Por agenda econômica, Temer prepara maratona com parlamentares
O presidente da República, Michel Temer (PMDB), investirá a partir desta terça-feira (22) em maratonas com parlamentares para tentar aprovar pautas econômicas de interesse do governo no Congresso Nacional.
A manhã desta segunda-feira (21) será dedicada exclusivamente a receber o presidente do Paraguai, Horacio Cartes, em visita oficial de Estado no Palácio do Planalto. Depois, no entanto, começará a ofensiva do governo para garantir maior arrecadação e arrefecer a situação fiscal.
Segundo um assessor da Presidência, estão previstas “maratonas” de até 12 horas com deputados e senadores. Embora sempre receba os parlamentares em seu gabinete, Temer costuma reforçar a quantidade de audiências antes de votações importantes. Nos dias anteriores à votação da denúncia por corrupção passiva contra ele na Câmara, em 2 de agosto, o presidente chegou a receber mais de 31 deputados, por exemplo.
Nesta semana, o governo pretende concluir a elaboração de um terceiro texto alternativo à Medida Provisória do novo Refis, programa de renegociação de dívidas de empresas com a União. O governo pretendia arrecadar R$ 15 bilhões com a proposta original, mas ela não foi bem aceita pelos parlamentares, que sugeriram outro texto que garantiria somente cerca de R$ 500 milhões aos cofres públicos. Assim, o Planalto trabalha uma nova proposta com as lideranças partidárias com o objetivo de arrecadar cerca de R$ 10 bilhões.
Outra pauta econômica que deve constar da agenda do presidente é a votação na Comissão Especial Mista do parecer sobre a Medida Provisória que cria a TLP (Taxa de Longo Prazo) para contratos firmados com o BNDES (Banco de Desenvolvimento Econômico e Social). O presidente deve discutir ainda os leilões de exploração de petróleo do pré-sal marcados para outubro e ações do PPI (Programa de Parcerias de Investimentos), sob a liderança do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco.
Sondagem para reforma da Previdência
No plano da articulação política, aliados do governo devem intensificar as sondagens sobre os votos favoráveis à reforma da Previdência e sobre o ânimo para ver em que termos o texto deve ser melhor acolhido. A proposta está pronta para ser votada no plenário da Câmara desde 9 de maio. No entanto, diante da crise política, o governo espera conseguir garantir os 308 dos 513 votos mínimos necessários para a sua aprovação.
Atualmente, deputados da linha de frente do governo contabilizam precisar de pelo menos mais 90 votos para passar a reforma com certa margem de segurança. Na última quarta-feira (16), o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, falou que o governo quer a reforma da Previdência aprovada na Câmara até a primeira quinzena de outubro.
As conversas com integrantes do chamado “Centrão”, grupo de partidos de tendência centro-direita com menor representação política mas grande expressão quantitativa, também devem continuar com força. Líderes partidários do Centrão defendem que Temer os retribua com mais cargos, inclusive com o comando de ministérios, por ter votado em massa pela rejeição da denúncia contra o peemedebista.
No entanto, o presidente tem tido resistência a mexer no primeiro escalão do governo e tem preferido trocas nos segundo e terceiro escalões. Isso porque o governo depende dos dissidentes para a aprovação da reforma da Previdência. As retaliações devem acontecer somente contra parlamentares que têm votado sistematicamente contra o Planalto, informou um assessor de Temer. A iniciativa é defendida por um dos parlamentares mais próximos a Temer no Congresso, deputado Beto Mansur (PRB-SP).
“A gente tem falta de votos [para a reforma previdenciária]. Não podemos ficar brigando por isso”, disse Mansur, ao acrescentar sobre o racha do PSDB. “A briga do PSDB é interna. Eu defendo que o governo tenha paciência. Em briga de marido e mulher não se põe a colher.”
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