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Dinheiro atribuído a Geddel supera valores achados com megatraficante e casos de corrupção

9.jan.2014 - A governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), disse nesta quinta-feira (9) que, apesar dos alertas feitos desde 2008, foi pega de surpresa com a crise no sistema prisional que resultou na morte de 62 presos desde o início de 2013. "Desde que iniciei meu governo, determinei que fosse reforçado o nosso sistema penitenciário, reaparelhando nossas polícias, investindo no aparelhamento dos nossos presídios. Fizemos um investimento alto, mas infelizmente fomos surpreendidos com essa crise nas penitenciárias", afirmou, ao lado do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, ao anunciar plano emergência - Beto Macário/UOL - Beto Macário/UOL
Roseana Sarney afirmou que guardar dinheiro na empresa não é crime
Imagem: Beto Macário/UOL

Do UOL, em São Paulo

06/09/2017 14h04Atualizada em 06/09/2017 18h22

Os R$ 51 milhões encontrados em um apartamento supostamente ligado ao ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB) representam a maior quantidade de dinheiro vivo apreendido na história do Brasil, segundo a Polícia Federal.

O volume era tamanho que policiais levaram 14 horas para contabilizar todo o dinheiro, mesmo usando sete máquinas de contagem de notas. No total, foram registrados R$ 42.643.500,00 e US$ 2.688.000,00. O dinheiro seria depositado em uma conta judicial.

A quantidade lembra as grandes apreensões realizadas fora do Brasil contra cartéis de drogas da Colômbia e do México.

Uma das maiores apreensões de dinheiro vivo já realizadas no mundo ocorreu em 2007 no México. Foram encontrados mais de US$ 205 milhões (R$ 640 milhões) em dinheiro na mansão de um suspeito acusado de comandar um esquema de lavagem de dinheiro para cartéis de drogas e políticos.

No Brasil, algumas das maiores apreensões estão ligadas a corrupção, eleições e tráfico de drogas. Relembre alguns casos:

"Auditores Fiscais", em 2011 - R$ 12,8 milhões
05.ago.2017 - Notas apreendidas pela PF na operação "Paraíso Fiscal" - Divulgação/PF - Divulgação/PF
05.ago.2017 - Notas apreendidas pela PF na operação "Paraíso Fiscal"
Imagem: Divulgação/PF

Em agosto de 2011, a PF apreendeu R$ 12,8 milhões em espécie durante operação feita para desarticular um suposto esquema montado por auditores da Receita Federal. Pelo esquema, a suspeita era de que os auditores tinham desviado milhões dos cofres públicos.

Houve 25 mandados de busca e apreensão nas casas dos auditores. Ao fim da operação, foram presos cinco auditores, um doleiro e dois parentes de suspeitos, além da apreensão da quantia de R$ 12,8 milhões, considerada, até então, como a maior registrada no Brasil.

Traficante Abadia, em 2007 - R$ 2,1 milhões
07.ago.2008 - Dinheiro apreendido na casa em que Abadia vivia na Grande SP - Rivaldo Gomes/Folhapress - Rivaldo Gomes/Folhapress
07.ago.2008 - Dinheiro apreendido na casa em que Abadia vivia na Grande SP; Ele era acusado de ser o líder do considerado então maior cartel da Colômbia, o Valle do Norte
Imagem: Rivaldo Gomes/Folhapress

O megatraficante colombiano Juan Carlos Ramirez Abadia foi preso pela PF em agosto de 2007 em um condomínio de alto padrão em Aldeia da Serra, na Grande São Paulo. O acervo de Abadia, que incluía dinheiro vivo, joias e relógios, era equivalente a R$ 2,1 milhões, segundo a Justiça Federal. Parte do dinheiro estava escondida dentro de paredes da mansão do criminoso.

Em 2008, Abadia foi extraditado para os Estados Unidos. Ele foi condenado a 30 anos de prisão por quatro crimes --formação de quadrilha, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e uso de documentos falsos. Em 2012, a Justiça Federal colocou a leilão 20 relógios importados do traficante.

"Aloprados", em 2006 - R$ 1,7 milhão
15.set.2012 - Dinheiro atribuído a integrantes do PT nas prévias das eleições presidenciais - Divulgação/PF - Divulgação/PF
15.set.2012 - Dinheiro atribuído ao PT nas prévias das eleições presidenciais
Imagem: Divulgação/PF

Duas semanas antes das eleições presidenciais de 2006, dois integrantes do PT foram presos pela PF em um hotel de São Paulo. A acusação era de que eles tentariam comprar um dossiê contra José Serra (PSDB), então candidato tucano ao governo do Estado de São Paulo.

Ao todo, os dois integrantes do PT tinham R$ 1,7 milhão em espécie. Luiz Inácio Lula da Silva, à época candidato à Presidência, afirmou na ocasião que se tratava de uma obra de "um bando de aloprados". Serra acabou eleito.

Em 2007, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) absolveu por unanimidade o PT de responsabilidade no caso, sob o argumento de que faltavam provas.

Roseana Sarney, em 2002 - R$ 1,3 milhão

Uma operação deflagrada em março de 2002 pela Polícia Federal localizou e aprendeu R$ 1,3 milhão na sede de construtora Lanus, em São Luís (MA). A empresa era da então governadora do Maranhão, Roseana Sarney, e apontada como possível candidata à Presidência.

À época, Roseana afirmou, diversas vezes, que não era crime manter dinheiro em espécie dentro de uma empresa. Ela disse, também, que a PF grampeou seus telefones a fim de fazer uma batida e constrangê-la.