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Gilmar Mendes ironiza Janot: 'ele quis um grand finale e coroa sua gestão com a JBS'

22.mar.2017 - Pedro Ladeira/Folhapress
Imagem: 22.mar.2017 - Pedro Ladeira/Folhapress

Do UOL, em São Paulo

06/09/2017 08h35Atualizada em 06/09/2017 08h57

A decisão do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de rever o acordo de colaboração da JBS foi, mais uma vez, alvo de comentário do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes, um de seus principais críticos. "Acho que ele conseguiu coroar dignamente o encerramento de sua gestão com esse episódio Joesley [um dos donos da JBS]. E essa vai ser a marca que nós vamos guardar dele. O procurador da delação Joesley, do contrato com criminosos e desta fita”, disse, em tom irônico, nesta quarta-feira (6), em Paris.

O ministro considera que a PGR (Procuradoria Geral da República) “atuou muito mal” na delação da JBS e que essa situação teria um ponto “positivo”, que “mostra exatamente que não se pode brincar com instituições”.

Mendes fez, em suas palavras, uma “análise política” da atuação de Janot na Procuradoria, que gostaria, não visão do ministro, de ter um marco para o encerramento de seu mandato, que termina na primeira quinzena deste mês. “Eu imagino que o procurador-geral pensou em fazer um grand finale, oferecendo várias denúncias, inclusive a última contra o presidente da República”, declarou.

Farpas entre Mendes e Janot são comuns. Entre as últimas polêmicas envolvendo os dois está o pedido do procurador-geral para suspender o ministro de casos envolvendo empresários do setor de transportes do Rio de Janeiro após terem sido divulgados vínculos sociais e profissionais entre eles. Já Mendes considera Janot o procurador-geral mais desqualificado que já passou pelo MPF (Ministério Público Federal).

A divulgação de áudios de executivos da JBS que citam ministros do Supremo também foi criticada. “No final, ele inclusive tentou envolver o STF, dizendo que tinha envolvimento de ministros, o que mostra, realmente, a sua pouca qualidade institucional”.

Mendes ainda criticou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu partido, o PT, que foram alvos de uma nova denúncia, oferecida na noite de terça-feira (5) pelo procurador-geral. “Eu tenho a impressão, inclusive, que, se formos fazer um juízo do legado lulopetismo podemos pensar em duas marcas: a indicação de Dilma Rousseff para a Presidência e a de Rodrigo Janot. Elas são inesquecíveis”.

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