Para Ciro, Lula tem chance de eleição mesmo após acusação de Palocci
O vice-presidente nacional do PDT e pré-candidato à Presidência da República, Ciro Gomes, disse neste sábado (23) que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem viabilidade de se eleger, mesmo após o depoimento do ex-ministro Antonio Palocci, que o acusou de envolvimento direto no esquema de corrupção investigado pela Lava Jato.
"Viabilidade tem. O Lula foi uma pessoa que fez muito bem a muita gente no Brasil. Foi um presidente que fez muito bem ao Brasil", afirmou o pré-candidato, acrescentando que "há um componente de perseguição" contra o ex-presidente.
"A minha responsabilização ao Lula não é nesse plano penal, policial, de Lava Jato. A minha responsabilização ao Lula é política. Porque aí não dá para se afastar da ideia de que foi ele quem pôs, por exemplo, o Michel Temer como vice-presidente", disse.
Em evento do PDT em São Paulo nesta manhã, Ciro foi perguntado sobre a situação de Lula, que pode ser impedido pela Justiça de disputar as eleições do ano que vem em razão de uma possível confirmação, em segunda instância, da condenação proferida pelo juiz Sergio Moro.
"É bom para a democracia que ninguém seja impedido de disputar [a eleição], mas também ninguém pode se pôr acima da lei e da Justiça", afirmou Ciro. "Se nós não aceitarmos determinadas premissas civilizatórias de que a última palavra numa sociedade civilizada é do Judiciário, onde é que nós vamos parar?"
Lula foi condenado a nove anos e seis meses de prisão pelo juiz Sergio Moro pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, na ação que tramitava na JFPR (Justiça Federal do Paraná) em que era acusado de ter recebido R$ 3,7 milhões em propina por conta de três contratos entre a OAS e a Petrobras.
O ex-presidente, que é réu em outras seis ações, ainda não está impedido de disputar as eleições do ano que vem, mas isso pode acontecer, caso os desembargadores do TRF4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) mantenham a condenação em primeira instância.
O encontro do PDT marcou a filiação ao partido do presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), Antonio Neto, que era filiado ao PMDB.
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