Opositores reclamam de "corporativismo" do Senado com Aécio; aliado nega impunidade
Senadores da oposição usaram palavras duras para analisar o resultado da votação desta terça-feira (17) que reverteu o afastamento de Aécio Neves (PSDB-MG) de suas atividades parlamentares. Já para aliados do tucano, a sentença não foi um indício de impunidade.
O ex-líder do PSDB no Senado e atual vice-presidente da Casa, Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), afirmou que é preciso prudência no andamento da democracia.
“O Senado apenas entendeu que não seriam cabíveis as medidas cautelares que foram decididas por uma votação de desempate em turma do Supremo”, disse o tucano. Ele ressaltou que as investigações que apuram a conduta de Aécio no STF vão continuar.
"É importante dizer que o processo terá sequência. O senador continuará sob jurisdição do STF, o inquérito está em curso, poderá ou não ser transformado em ação penal. Para que não fique essa discussão falsa de que é impunidade”, afirmou Cunha Lima. "É importante fazer essa distinção, porque o Brasil não vai tolerar qualquer movimento nesse sentido. O processo tem curso e terá sequência e o senador terá, como lhe é garantido pela Constituição, de exercer o seu direito de ampla”.
Confira a análise dos blogueiros do UOL:
- Josias de Souza: Com nó no pescoço, Senado tira Aécio da força
- Carlos Melo: Aécio e Temer estão livres, mas condenados à perda de credibilidade
Sobre uma aceleração para definir a sucessão na presidência do PSDB, Cássio Cunha Lima falou que será dado um “desfecho” à situação “mais cedo ou mais tarde”. Aécio está licenciado do cargo, e Tasso Jereissati (CE) é o presidente interino do partido.
Já Humberto Costa (PT-PE) chamou a decisão do Senado de “lamentável”, que “amplia a falta de credibilidade do Congresso e da política do Brasil”.
O petista também acusou a Casa de “seletiva”. "Fosse alguém do PT, certamente que por muito menos estaria cassado", disse.
Seguindo a mesma linha, o senador e pré-candidato à Presidência da República em 2018 Álvaro Dias (Podemos-PR) declarou que o “corporativismo instalado” estabelece como regra a defesa de seus integrantes, e não da instituição.
“Estamos na contramão do que deseja a sociedade brasileira. O que quer o povo do país é a eliminação dos privilégios e estamos alimentando os privilégios”, afirmou ao acrescentar que o STF (Supremo Tribunal Federal) colaborou com o resultado ao permitir que o Senado revogasse a decisão da Primeira Turma.
Após o término da sessão, o presidente do Senado, Eunicio Oliveira (PMDB-CE), disse que o plenário é soberano e conduziu os trabalhos conforme deveria, quando questionado sobre uma suposta decisão corporativista da Casa. Ele ainda ressaltou que cada Poder da República é soberano.
“A decisão é do plenário, assim como uma decisão do Supremo é do Supremo. Assim como a Justiça é de um colegiado da Justiça. Cabe a mim apenas dirigir os trabalhos. O presidente não vota, não faz encaminhamento de matéria e declara o resultado sim ou não”, afirmou.
* Com Estadão Conteúdo
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