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Dilma presta depoimento por cerca de meia hora para Moro em Belo Horizonte

 Dilma não quis responder perguntas na saída da Justiça Federal em Belo Horizonte - Victor Martins/Colaboração para o UOL
Dilma não quis responder perguntas na saída da Justiça Federal em Belo Horizonte Imagem: Victor Martins/Colaboração para o UOL

Victor Martins e Nathan Lopes

Colaboração para o UOL, em Belo Horizonte e do UOL, em São Paulo

27/10/2017 11h52Atualizada em 27/10/2017 13h43

Durou cerca de 30 minutos o depoimento da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) ao juiz federal Sergio Moro nesta sexta-feira (27). Dilma é testemunha de defesa do ex-presidente da Petrobras Aldemir Bendine no processo em que ele é réu por corrupção passiva, lavagem de dinheiro, pertinência a organização criminosa e embaraço à investigação.

A ex-presidente chegou por volta das 10h50 na sede da Justiça Federal em Belo Horizonte para prestar o depoimento, por videoconferência, a Moro, que atua em Curitiba. Dilma esteve na Justiça Federal acompanhada do advogado Leonardo Isaac Yarochiwsky.

Dilma não falou com os jornalistas que aguardavam o fim de seu depoimento. Questionada sobre se pretende se candidatar ao Senado em 2018, ela deu respostas curtas. “Está vendo? Por isso não convoquei uma coletiva”. 

Na frente do prédio da Justiça Federal na capital mineira, não havia nenhuma movimentação diferente do comum. Não havia manifestantes contrários nem a favor da ex-presidente. 

Bendine, que chegou à Petrobras durante o governo de Dilma, em 2015, é investigado pela força-tarefa da Operação Lava Jato no MPF (Ministério Público Federal) suspeito de ter recebido R$ 3 milhões em propina da empreiteira Odebrecht.

No depoimento, a ex-presidente disse que não havia interesse na Odebrecht por doações para campanhas políticas, mas pela importância do grupo na economia do Brasil.

Pedido

O executivo, segundo os procuradores, pediu a vantagem indevida para que a Odebrecht “não fosse prejudicada em seus interesses na Petrobras”. Ele teria tentado atrapalhar a Justiça ao, após descobrir, em 2017, que era investigado, simular um serviço de consultoria para a empreiteira, de acordo com a denúncia.

A defesa de Bendine nega os crimes e pediu sua absolvição sumária. Sobre a denúncia, seus advogados a consideram inepta.

Além do ex-presidente da Petrobras, outras cinco pessoas são rés no processo. Entre elas, está o ex-presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht.

A etapa de oitiva de testemunhas dos acusados nesta ação penal já está em sua reta final. As últimas audiências já marcadas acontecem na semana que vem. Moro já definiu as datas dos interrogatórios dos réus. Odebrecht será ouvido em 9 de novembro e Bendine, no dia 22 do mesmo mês.

Na sequência, as defesas fazem pedidos a Moro para acrescentar novos itens ao processo e apresentam suas alegações finais. Apenas após a apresentação das observações dos defensores é que o juiz irá proferir sua sentença. Pelo andamento do processo, é provável que isso aconteça apenas no ano que vem.