Lindbergh diz que Eunício preside Senado como "sua empresa" e ouve: "se eleja presidente"
O plenário do Senado viu um bate-boca entre os senadores Lindbergh Faria (PT-RJ) e Eunício Oliveira (PMDB-CE), presidente da Casa, no final da tarde desta quarta-feira (8). A discussão ocorreu durante a votação da MP 785/2017, que estabelece mudanças no pagamento e financiamento do Fies (Fundo de Financiamento Estudantil).
O bate-boca começou quando Eunício iniciou a ordem do dia e colocou em pauta a medida provisória. Após ler o resumo da matéria, o presidente decretou por encerrada a discussão, “por falta de inscritos”, antes mesmo de qualquer senador se manifestar sobre o tema. Lindbergh reclamou da situação e disse que o colega “está sendo sempre muito autoritário”.
O presidente do Senado retrucou que ninguém havia se inscrito para discutir a pauta nem para encaminhar o voto e cortou o microfone do petista, que reclamava da postura de Eunício em votações anteriores. As falas de ambos começaram a se sobrepor, e outro senador, José Medeiros (Pode-MT), entrou na discussão tomando partido do peemedebista. “Respeite o presidente, rapaz”, bradava Guimarães.
Lindbergh, então, gritou: “Isso aqui não é a sua empresa”. Eunício Oliveira fechou o microfone do senador e rebateu: “Nem a sua casa, o senhor me respeite”.
O presidente tentou colocar a pauta em votação e novamente foi interrompido por Lindbergh, que disse ter se inscrito para falar. “O senhor não está inscrito não, o senhor está pedindo [a palavra] agora”, retrucou Eunício.
O bate-boca se estendeu por quase quatro minutos e virou um desabafo de Lindbergh Faria.
“Eu estou reclamando não é de hoje, o senhor está sendo muito truculento. Não dá para viver dessa forma, estou fazendo uma reclamação pública. E volto a dizer, senador Eunício, o senhor não está na sua empresa”, insistiu o petista. “Vossa excelência é presidente, não é dono do Senado. A sua cabeça de empresário está distorcendo a maneira como o senhor tem que presidir”.
Em sua última intervenção no bate-boca, o peemedebista respondeu: “Se eleja presidente [do Senado]”.
Lindbergh deu sequência ao seu discurso e então foi seguido por outros diversos senadores, durante debate sobre a pauta.
O texto da MP do Fies foi aprovado já no início da noite.
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