Réu diz ter repassado R$ 450 mil para campanhas de Pedro Paulo e Pezão a pedido de Paes e Cabral
Em depoimento ao juiz Marcelo Bretas, da 1ª instância da Lava Jato no Rio de Janeiro, o ex-secretário Estadual de Saúde Sérgio Côrtes afirmou nesta quarta-feira (8) ter repassado R$ 450 mil às campanhas eleitorais do deputado federal e candidato derrotado a prefeito da capital fluminense Pedro Paulo (PMDB) e do governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) a pedido de seus padrinhos políticos, o ex-prefeito Eduardo Paes (PMDB) e o ex-governador Sérgio Cabral (PMDB).
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O dinheiro, segundo Côrtes, teria sido recebido de Miguel Iskin, acusado de fraudar licitações na área da saúde. Os recursos para a campanha de Pedro Paulo foram encaminhados em mãos para o então marqueteiro do deputado, Renato Pereira, segundo o ex-secretário.
Côrtes conta que tanto Cabral quanto Paes o procuraram para ajudar a angariar fundos para as campanhas de Pezão e Pedro Paulo nas eleições municipais e estaduais, respectivamente, pedindo que entrasse em contato com empresários de saúde para ajudar a “levantar” os valores.
O ex-secretário então falou com Iskin que lhe repassou R$ 450 mil --R$ 300 mil para a campanha de Pezão e depois o restante do valor para Pedro Paulo. Durante o interrogatório na 7ª Vara Criminal Federal, Côrtes não foi questionado se esses recursos foram doados de maneira lícita aos então candidatos.
Em nota, o deputado federal Pedro Paulo afirmou que, durante a campanha para prefeito, "foram feitos pedidos de apoio a pessoas físicas, conforme determina a lei e todos os recursos foram devidamente declarados à Justiça eleitoral". "O sr. Sérgio Cortes fez uma doação legal, declarada, no valor de R$ 150 mil, assim como os outros 384 doadores de pessoa física, com nome, sobrenome e valores disponíveis no site do TSE ou do TRE/RJ para a consulta de qualquer cidadão."
Durante o depoimento, Côrtes revelou arrependimento ante as acusações. “O poder nos leva a uma soberba e a gente se embebe do poder.” O ex-secretário está preso preventivamente desde abril passado.
Empresário repassou R$ 2,5 mi para eleição de Pezão
Mais tarde, em seu interrogatório, Iskin declarou nunca ter tido muita intimidade com Cabral, mas disse que acreditava em sua gestão e que sua performance política foi "fantástica" no tempo em que ele esteve à frente do Executivo (2007-2014).
Para o empresário, Cabral o chamou no fim do segundo mandato --ele renunciou em março de 2014-- para pedir apoio ao então vice e candidato à sucessão, Pezão.
"Assim foi feito, eu concordei com isso. O valor, se eu não me engano, era em torno de R$ 2,5 milhões." Ele não esclareceu de que forma a referida doação foi feita.
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