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Temer diz que fará reforma ministerial até dezembro e agradece Bruno Araújo

Temer disse que encerrará a reforma ministerial ainda neste ano - Pedro Ladeira/Folhapress
Temer disse que encerrará a reforma ministerial ainda neste ano Imagem: Pedro Ladeira/Folhapress

Gustavo Maia

Do UOL, em Brasília

13/11/2017 20h46Atualizada em 13/11/2017 20h58

Em nota divulgada na noite desta segunda-feira (13), o presidente Michel Temer (PMDB) informou ter recebido o pedido de demissão do ministro das Cidades, Bruno Araújo (PSDB-PE), entregue à tarde, e disse que que vai dar início "agora" a uma reforma ministerial.

Segundo o comunicado, divulgado pela Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República, as mudanças serão concluídas "até meados de dezembro". O presidente também agradeceu Araújo "pelos bons serviços prestados". O tucano ficou um ano e meio no comando do ministério.

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O agora ex-ministro entregou uma carta de demissão momentos após solenidade da pasta para a entrega das primeiras unidades do cartão-reforma no Palácio do Planalto. No início da mensagem, ele cita que aceitou o cargo após decisão do PSDB e, mais adiante, agradece a "confiança" do partido.

O tucano explicou, no entanto, que hoje a legenda não oferece o suporte necessário para que ele continue no ministério. "Já não há mais nele apoio no tamanho que permita seguir nessa tarefa", justificou.

Deputado federal, licenciado desde que assumiu a pasta em maio do ano passado, Araújo encerrou a carta agradecendo a Temer e desejando "que Deus abençoe essa amada Nação". "Do pernambucano, Bruno Araújo", concluiu.

Este foi o segundo pedido de exoneração de Bruno Araújo. Quando o conteúdo da delação premiada de executivos do grupo J&F ao Ministério Público Federal foi revelado em maio deste ano, ele chegou a apresentar um pedido de demissão a Temer, mas foi convencido a permanecer no cargo.

Em 2016, o voto de número 342 a favor do prosseguimento do impeachment da presidente cassada Dilma Rousseff (PT) foi dele.

Desembarque do PSDB e disputa no “centrão”

A saída de Bruno Araújo acontece em meio à pressão pela saída do PSDB do governo e de partidos do "centrão" por mais espaço na Esplanada. No final de semana, o presidente afastado do partido, senador Aécio Neves (MG), confirmou o desembarque tucano. "Vamos sair do governo pela porta da frente, da mesma forma que entramos", disse o senador.

O chamado centrão abrange deputados federais de siglas como PP, PR, PSC, Pros, PTB, PSD, PRB, Avante, PSL e Solidariedade, e que ajudaram a arquivar na Câmara a denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República) contra o presidente e os ministros Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência) e Eliseu Padilha (Casa Civil).

O Ministério das Cidades é uma das pastas mais cobiçadas por ter um dos maiores orçamentos da Esplanada – cerca de R$ 20 bilhões –, grande quantidade de emendas e alto poder de impacto social perante a população.

A corrida pela pasta aumenta também porque 2018 será um ano eleitoral, e as ações promovidas por meio da pasta podem ajudar a eleger um candidato.

Mais cedo, em evento no Rio de Janeiro nesta segunda-feira ao lado de seis ministros e das autoridades locais, Temer afirmou que "não há uma desintegração sequer" no ministério. Disse ainda que o lema do governo é o "diálogo" e que "o Brasil quer paz".

O PSDB comanda outros três ministérios: Direitos Humanos (Luislinda Valois), Relações Exteriores (Aloysio Nunes Ferreira) e Secretaria de Governo (Antonio Imbassahy). A reportagem do UOL tentou, sem sucesso, falar com os três.