Topo

Não há definição sobre troca na Segov e Imbassahy segue no cargo, diz Planalto

Temer informou ao ministro da Segov, Antonio Imbassahy, que ele continua no cargo - Alan Marques/ Folhapress
Temer informou ao ministro da Segov, Antonio Imbassahy, que ele continua no cargo Imagem: Alan Marques/ Folhapress

Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

22/11/2017 17h28Atualizada em 22/11/2017 19h44

O presidente da República, Michel Temer (PMDB), informou nesta quarta-feira (22) ao ministro da Segov (Secretaria de Governo), Antonio Imbassahy (PSDB-BA), que, por enquanto, ele continua no cargo.

Nos bastidores, alguns assessores do Planalto davam como certa a nomeação de um dos integrantes da tropa de choque de Temer, deputado federal Carlos Marun (PMDB-MS), como o novo ministro da Secretaria de Governo ainda nesta quarta. Ele substituiria Imbassahy no cargo, e este retomaria o mandato na Câmara dos Deputados. A saída do tucano era encampada por partidos como PMDB e do centrão.

Marun surgiu como um nome consensual no PMDB após semanas de discussões internas e teria sido apresentado em definitivo a Temer na segunda (20) pelo líder da bancada na Câmara, Baleia Rossi (SP). O partido reivindica mais espaço no governo por ser a sigla do próprio presidente e ter o apoiado durante as reformas propostas e as rejeições das denúncias apresentadas pela PGR (Procuradoria-Geral da República).

Deputado Carlos Marun (PMDB-MS) - Folhapress - Folhapress
Deputado Marun (PMDB-MS) chegou a ser cotado para lugar de Imbassahy
Imagem: Folhapress

No início da tarde, nos bastidores, assessores no Planalto chegaram a confirmar a posse de Marun junto à do novo ministro das Cidades, Alexandre Baldy (sem partido-GO), que foi marcada para as 17h. A nomeação de Marun sairia em edição extra do Diário Oficial da União até o horário.

No entanto, há assessores de Temer que negam essa versão da “oferta oficial” do nome de Marun e afirmam que nunca houve uma definição de mudança.

“O PMDB se precipitou ou entendeu errado. O Temer não vai fazer isso sob pressão e na correria. As conversas vão continuar, sendo o nome do Marun realmente o mais consensual. O Imbassahy continua como ministro até as coisas se resolverem”, afirmou um interlocutor.

Segundo um aliado de Temer, Marun ainda será nomeado, mas a oficialização deve acontecer somente após a votação da reforma da Previdência. “Alguns colegas foram apressados e queriam tudo hoje. Por enquanto, ele vai se preparando”, afirmou.

Marun participou da posse de Alexandre Baldy – da plateia, assim como Imbassahy. Após a cerimônia, disse não ter sido convidado oficialmente para assumir a Secretaria de Governo. “Se vier a ser convidado, estou à disposição do presidente. Se não, continuarei exercendo a função de deputado federal”, afirmou.

Questionado se todo o imbróglio pode fragilizar sua lealdade para com Temer, Marun negou. “Claro que não. Nada disso. Em nenhuma hipótese. Ao contrário, tenho absoluta convicção de que a reforma da Previdência é necessária e estou engajado nesse processo como sempre estive”, disse.

Entre os fatores a serem levados em conta por Temer e equipe são a permanência do PSDB na base aliada com vistas a aprovar a reforma da Previdência na Câmara ainda neste ano. Pela manhã, Temer se encontrou com o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), no Palácio do Jaburu para tratar do assunto. Na conversa, Aécio também teria defendido a permanência de Imbassahy na função.

Por sua vez, a recomendação do PSDB nesta quarta para que os parlamentares tucanos votem a favor da reforma da Previdência, apesar de não terem fechado assunto sobre a matéria, deixou o Planalto satisfeito.

“Pelo menos foi uma sinalização de que a maioria do partido escolheu apoiar a reforma e votará junto com o governo. Não podemos tirar o Imbassahy agora e brigar com o PSDB”, afirmou um assessor. Porém, ainda há a possibilidade de que o partido desembarque do governo na convenção nacional marcada para 9 de dezembro.

Outro fator que pesa pela manutenção de Imbassahy é a proximidade criada entre ele e Temer. O presidente considera o tucano um amigo pessoal e ótimo articulador político. Isso porque Imbassahy reverteu votos pela rejeição das denúncias da PGR no plenário da Câmara e ajudou a segurar o PSDB na base do governo em meio à crise interna da sigla.