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TRF2 converte provisória e determina prisão preventiva de filho de Picciani

14.nov.2017 - Chegada de Felipe Picciani, filho do presidente da Alerj, Jorge Picciani, à sede da Polícia Federal, na zona portuária da cidade do Rio - FÁBIO MOTTA/ESTADÃO CONTEÚDO
14.nov.2017 - Chegada de Felipe Picciani, filho do presidente da Alerj, Jorge Picciani, à sede da Polícia Federal, na zona portuária da cidade do Rio Imagem: FÁBIO MOTTA/ESTADÃO CONTEÚDO

Do UOL, em São Paulo

23/11/2017 23h31

O desembargador Abel Gomes, relator dos processos da Lava Jato no TRF-2 (Tribunal Regional Federal da 2ª Região), converteu em preventiva (sem prazo para acabar) a prisão provisória de Felipe Picciani, filho do deputado estadual Jorge Picciani (PMDB-RJ).

A decisão foi proclamada na noite desta quinta-feira (23), prazo em que vencia a provisória de Picciani. Ele foi detido no dia 14 e teve sua prisão prorrogada na última sexta-feira (17).

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Felipe Picciani foi preso durante a Operação Cadeia Velha, nova fase da Lava Jato no Rio. Outros nove investigados também foram presos na ação, realizada pela Polícia Federal no Rio e em outros Estados.

Segundo a PF, Felipe é suspeito de ter lavado dinheiro de propina a partir de transações envolvendo negócios da família. Ele e o pai são sócios em uma empresa do ramo agropecuário.

Em nota, Jorge Picciani negou as acusações e definiu a prisão do filho como “uma covardia” com objetivo de atingi-lo.

A operação Cadeia Velha foi articulada a partir de investigações sobre crimes envolvendo empresários do setor de transporte público e deputados da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio), tais como corrupção, associação criminosa, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Segundo representação do Ministério Público, diretores de empreiteiras como Odebrecht, OAS e Carioca Engenharia, entre outras, também teriam pagado propina a deputados em troca de leis favoráveis.

O esquema funcionaria desde a década de 1990. Entre 2010 e 2016, teria movimentado quase R$ 349 milhões. Segundo comunicado do TRF-2, a cifra vem de uma contabilidade paralela da Fetranspor (Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro), sindicato empresarial que reúne mais de 200 empresas de transporte por ônibus no Rio.

Dois dias após a prisão de Picciani, o pai dele, então presidente da Alerj, também foi preso. Além de Jorge Picciani, foram detidos Paulo Melo e Edson Albertassi, todos deputados pelo PMDB. Os magistrados do TRF-2 determinaram a prisão em flagrante dos deputados. Segundo a decisão, os delitos cometidos pelos três parlamentares, como lavagem de dinheiro, são crimes continuados, o que justifica a medida.

Por maioria de votos em plenário, a Alerj derrubou a prisão do trio no dia 17, e eles deixaram a cadeia. No dia 21, porém, o TRF-2 restabeleceu a prisão e o afastamento dos parlamentares.