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Prefeito é preso em AL após ser filmado recebendo suposta propina

Carlos Madeiro

Colaboração para o UOL, em Maceió

24/11/2017 19h07Atualizada em 25/11/2017 11h18

O prefeito de Campo Grande (AL), cidade a cerca de 170 km de Maceió, Arnaldo Higino Lessa (PRB), foi preso em flagrante nesta sexta-feira (24) após ser gravado recebendo dinheiro de um empresário, que filmou a ação com uma câmera escondida. Segundo o MPE (Ministério Público Estadual), o valor estaria sendo repassado como propina pela aquisição de notas frias.

Os papéis, de acordo com o MPE, eram usados na prestação de contas da Prefeitura para justificar serviços que, na prática, não eram executados.

As investigações a Higino Lessa começaram há um mês. O empresário que gravou o prefeito fechou um termo de colaboração com o MPE e filmou o trajeto, a chegada na casa de Lessa e a entrega das notas ao chefe do Executivo. Ele não foi preso.

No vídeo, o empresário se refere à entrega de R$ 11.871. Logo após o repasse do dinheiro, o prefeito foi preso e levado para fazer exame de corpo de delito no IML (Instituto Médico Legal) de Maceió.

Alfredo Gaspar Mendonça, procurador-geral de Justiça de Alagoas que comandou a operação desta sexta, afirmou que os termos do acordo de colaboração já foram enviados ao Tribunal de Justiça para homologação.

"Nós não ainda temos ainda o valor completo do desvio, mas temos a prova concreta de pelo menos R$ 500 mil", disse o procurador. 

Segundo Mendonça, o prefeito deve ser enquadrado inicialmente por corrupção passiva. "Mas depois ainda haverá uma segunda denúncia de fatos paralelos a esses. Já temos prova material para isso", declarou.

O procurador disse ainda que o MPE está apurando casos semelhantes de corrupção em outros municípios e não descartou novas ações. "Esse é um recado que não é mais tempo de tirar dinheiro do povo. Dinheiro é para ser usado no serviço público", diz.

O UOL está buscando informações sobre quem é o advogado do prefeito. A sede da Prefeitura não funciona à tarde.