Cabral usa interrogatório para desqualificar operadores que admitiram propina
O ex-governador do Rio de Janeiro Sergio Cabral (PMDB-RJ) usou grande parte de seu tempo no interrogatório desta quinta-feira (7) ao juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, para descredenciar dois operadores financeiros que, como ele, são réus da operação Ratatouille, um dos desdobramentos da Lava Jato no Estado: Carlos Miranda e Luiz Carlos Bezerra.
Em depoimentos anteriores ao do peemedebista, ambos haviam confirmado operações de propina relacionadas a contratos do governo do Rio na época da gestão de Cabral.
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Sobre Bezerra, que ao juiz declarou ter recolhido dinheiro em espécie com empresários, Cabral afirmou que o operador bebia demais e, por isso, seus manuscritos a respeito de propinas não eram verdadeiros.
"O Bezerra tinha algumas características. Uma delas era beber muito. (...) Eu tô sugerindo que ele era uma pessoa que, já de manhã, às vezes estava alcoolizado (...) Ele chegava às vezes antes do meio-dia de pileque", disse o ex-governador.
Já em relação a Miranda, Cabral desqualificou o operador dizendo que ele jamais teve controle financeiro de operações do Estado. O ex-governador ainda afirmou que nunca gostou do réu, apesar de um grau mínimo de familiaridade.
“[Com] o Carlos Miranda eu nunca viajei para lugar nenhum, eu achava ele um cara sem graça, casado com a minha prima. Ele nunca frequentou Mangaratiba e aí eu volto ao depoimento dele quando ele disse que participou de um acerto em Mangaratiba em relação à saúde. Ele nunca foi a Mangaratiba”, declarou.
A operação Ratatouille apura um suposto esquema de cobrança e pagamento de propina em relação a contratos do governo do Estado com fornecedores do setor de alimentos. Além de Cabral, Miranda e Bezerra, também foi denunciado o empresário Marco de Luca. O MPF afirma que Luca pagou R$ 16,7 milhões em vantagens ilícitas entre 2007 e 2016.
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