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Goldman diz que PSDB nunca aderiu ao governo Temer: "não tem que desembarcar"

Alberto Goldman chega à 14ª Convenção Nacional do PSDB - Fátima Meira/Futura Press/Estadão Conteúdp
Alberto Goldman chega à 14ª Convenção Nacional do PSDB Imagem: Fátima Meira/Futura Press/Estadão Conteúdp

Felipe Amorim

Do UOL, em Brasília

09/12/2017 10h53

O presidente interino do PSDB, Alberto Goldman, afirmou neste sábado (9) que não há um "desembarque" do governo Temer.

"O PSDB nunca embarcou [no governo Temer]. Não tem que desembarcar. Nós nunca definimos a indicação de um membro do partido para o governo", disse.

Segundo Goldman, os ministros do PSDB foram escolhas pessoais de Temer e não indicação do partido.

Veja também:

Na sexta-feira (8), o ministro Antonio Imbassahy (PSDB-BA) pediu demissão da Secretaria de Governo, em meio à pressão de setores tucanos para que o partido rompa com o governo Michel Temer.

Goldman afirmou que o partido continua apoiando as reformas propostas pelo presidente, com o objetivo de contornar a crise econômica e dar estabilidade ao país até as eleições de 2018.

"Achamos que era importante dar essa sustentação depois do impeachment", disse. Ele disse ainda que "ainda estamos no governo Dilma [Rousseff], não elegemos Temer".

O PSDB realiza neste sábado (9) sua Convenção Nacional para confirmar o governador de São Paulo Geraldo Alckmin como presidente da sigla.

Ao assumir o comando do PSDB, Alckmin dá um passo na construção de sua possível candidatura à Presidência da República em 2018.

No comando do partido, Alckmin terá mais espaço para negociar alianças com outras siglas, influenciar os diretórios estaduais, além de ganhar uma maior exposição na mídia.

A escolha de Alckmin para o cargo, que se apresentou como candidato único após acordo que teve a participação do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, é também uma tentativa de pacificar a divisão aberta com a saída do senador Aécio Neves (PSDB-MG) do comando da legenda.

Pego pelas investigações da delação da JBS, e denunciado por corrupção e obstrução de Justiça, Aécio se licenciou da presidência do partido em maio deste ano e passou o posto interinamente ao senador a Tasso Jereissati (CE). Aécio nega qualquer irregularidade.

Eleições 2018

Pesquisa Datafolha divulgada no dia 2 deste mês apontou Alckmin empatado numericamente em quarto lugar com o ex-governador Ciro Gomes (PDT, 6%) e tecnicamente com o ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Joaquim Barbosa (sem partido mas cortejado pelo PSB, 5%) e o senador Alvaro Dias (Podemos, 3%). 

Nesse cenário, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidera com 34% e o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) fica na segunda posição, com 17%. Marina Silva (Rede) aparece com 9%, mas tecnicamente empatada com Alckmin, Ciro e Barbosa. A margem de erro é de dois pontos para mais ou menos.

Análise: o que esperar do PSDB em 2018?

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