Gilmar critica investigação da PGR sobre Temer; Barroso reage: "eu vi a mala"
No julgamento dos recursos de políticos do PMDB que pediam para ter o processo suspenso pelo STF (Supremo Tribunal Federal), os ministros Gilmar Mendes e Luís Roberto Barroso voltaram a travar um embate após Gilmar criticar as investigações realizadas pela PGR (Procuradoria-Geral da República) na delação da JBS.
“Investigação mal feita, junta o áudio e não pede perícia”, disse Gilmar nesta terça-feira (19). “O que nós estamos vendo aqui na verdade é a descrição de um grande caos”, afirmou.
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“Serviço mal feito, apressado, 'corta e cola', com as contradições que foram aqui apontadas. Isso é vexaminoso para o tribunal”, concluiu o ministro.
Sem citar o colega, Barroso pediu a palavra e defendeu as investigações que levaram às duas denúncias apresentadas contra o presidente Michel Temer (PMDB).
"Há diferentes formas de ver a vida e todas merecem consideração e respeito. Eu gostaria de dizer que eu ouvi o áudio ‘Tem que manter isso aí, viu’ [vej. Eu quero dizer que eu vi a fita, eu vi a mala de dinheiro, eu vi a corridinha na televisão. Eu li o depoimento de [Alberto] Youssef. Eu li o depoimento de [Lúcio] Funaro”, disse Barroso, citando dois delatores.
“Portanto, nós vivemos uma tragédia brasileira, a tragédia da corrupção que se espalhou de alto a baixo sem cerimônia”, afirmou o ministro.
“Eu não acho que há uma investigação irresponsável. Há um país que se perdeu pelo caminho, naturalizou as coisas erradas, e nós temos o dever de enfrentar isso”, completou Barroso.
Gilmar voltou ao assunto durante seu voto no julgamento, de forma indireta, e também sem citar Barroso.
"Combate à corrupção se faz nos termos da lei, na forma da lei. Essas são as bases do Estado de direito. O resto é bravata, é discurso", disse Gilmar.
O STF julgou nesta terça-feira recursos de políticos do PMDB denunciados junto com o presidente Temer, que agora serão encaminhados para a Justiça de Brasília.
Após o presidente Temer ter o processo contra ele barrado por decisão da Câmara dos Deputados, o ministro Fachin determinou que o processo continuasse em relação aos outros investigados.
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