Gleisi diz que presidente de tribunal tenta "tumultuar" julgamento de Lula
A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidente do PT, disse nesta segunda-feira (15) que o presidente do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz, tenta "tumultuar" o julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no chamado caso do tríplex.
Ela criticou o que chamou de "inusitada movimentação do presidente (...) pelas mais altas instâncias do Judiciário", referindo-se - sem citar nomes - aos encontros que o desembargador teve nesta segunda com a presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) e do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), ministra Cármen Lúcia; com a procuradora-geral da República, Raquel Dodge; e com o ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) da Presidência da República, ministro Sergio Etchegoyen.
Em nota divulgada no site do PT, Gleisi chamou as visitas do presidente do TRF-4 de "clara tentativa de tumultuar o ambiente" em torno do julgamento de Lula.
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Para a presidente do partido, Thompson Flores fez um pré-julgamento do caso quando disse que a sentença do juiz Sergio Moro no caso do tríplex havia sido "irretocável".
"O Partido dos Trabalhadores reafirma que as manifestações em defesa da democracia e do direito de Lula ser candidato, como quer a grande maioria dos brasileiros, seguirão pacíficas, como é da tradição do partido", disse a senadora.
A 8ª Turma do TRF-4 vai julgar a apelação de Lula no dia 24, e a decisão dos desembargadores pode ser crucial para o futuro do petista. Se tiver a condenação confirmada, o ex-presidente pode ficar inelegível e até ser preso.
Na primeira instância, Lula foi condenado a nove anos e meio de prisão pelo juiz Sergio Moro, pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Segundo a sentença, Lula recebeu propina milionária da construtora OAS na forma do tríplex, em um contexto de corrupção sistêmica na Petrobras. A defesa do ex-presidente afirma que não há provas dos crimes.
PT foi recebido por Thompson Flores
A crítica de Gleisi vem apenas três dias depois de parlamentares do PT terem sido recebidos pelo próprio Thompson Flores na sede do TRF-4, em Porto Alegre. Eles pediram para acompanhar o julgamento de Lula de dentro do tribunal. O presidente da corte prometeu acomodar os petistas em uma sala com um telão, dada a limitação de espaço da sala de sessões.
No encontro com os parlamentares, Thompson Flores teria relatado aos integrantes do PT que desembargadores do TRF-4 estariam sofrendo ameaças. O assunto também teria sido abordado nas reuniões que o magistrado fez hoje em Brasília com Cármen Lúcia e Raquel Dodge.
Enquanto o PT e movimentos sociais planejam uma série de eventos pró-Lula em Porto Alegre nos dias que antecedem o julgamento, órgãos de segurança e transporte se reúnem há semanas para definir o esquema de segurança para o julgamento.
Até agora, a única medida tornada pública foi a mudança de expediente do TRF-4, que não abrirá no dia 24 e terá horário reduzido no dia 23.
Há a expectativa de que milhares de militantes estejam em Porto Alegre na semana do julgamento, mas ainda não há certeza da presença de Lula na cidade.
Segundo o PT, o ex-presidente vai participar de um ato na avenida Paulista, em São Paulo, no próprio dia 24, após o julgamento. Para o dia seguinte, as lideranças do PT prometem uma reunião para reafirmar a candidatura presidencial de Lula, seja qual for o resultado no TRF-4.
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