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Após polêmica com auxílio-moradia, Bretas se despede do Twitter "pelos próximos meses"

Foto postada por Bretas em dezembro em agradecimento por treinamento realizado pela Polícia Civil - Reprodução/Twitter
Foto postada por Bretas em dezembro em agradecimento por treinamento realizado pela Polícia Civil Imagem: Reprodução/Twitter

Paula Bianchi

Do UOL, no Rio

30/01/2018 20h48

O juiz federal Marcelo Bretas, responsável pelos casos da Lava Jato no Rio de Janeiro, se despediu do Twitter nesta terça-feira (30). “Findo este período de férias, informo que não usarei esta conta de Twitter pelos próximos meses. Teremos um ano de muito trabalho”, escreveu o magistrado.

Bretas entrou no microblog em outubro e logo se tornou um habitué. Deu opinião sobre o governo e o foro privilegiado, entre outros temas, bateu boca com internautas e chegou a postar uma foto com um fuzil, atribuída a um curso de defesa pessoal.

Nesta segunda (29), usou o espaço para se defender das críticas recebidas em razão de uma ação que moveu na Justiça solicitando que tanto ele quanto a mulher, também juíza, recebessem auxílio-moradia -- uma resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) proíbe o pagamento do benefício a casais que morem sob o mesmo teto.

Assim como o juiz Sergio Moro, Bretas ganhou projeção com os casos da Lava Jato e tem proferido sentenças mais duras do que as do paranaense. Em agosto, um ato em sua defesa reuniu políticos, juízes e procuradores no Rio, colocando no mesmo lado até os antagônicos grupos "Vem pra Rua" e "Mídia Ninja".

O juiz foi o responsável por determinar a prisão preventiva de Cabral, que completou um ano em novembro, e já o condenou três vezes -- em uma das ações, da Operação Calicute, condenou o peemedebista a 45 anos e dois meses de prisão contra os 14 anos determinados pelo paranaense em outro processo que corre contra o ex-governador.

Apesar de evitar responder diretamente aos questionamentos sobre sua atuação nos processos que julga, Bretas já defendeu em audiência que dar entrevistas é uma forma de os magistrados prestarem contas à sociedade -- a defesa de Cabral chegou a pedir a sua saída dos casos envolvendo o peemdebista depois da publicação de uma reportagem com Bretas no jornal "Valor Econômico".