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Quem não resolveu violência no RJ agora usa ela politicamente, diz Marina sobre intervenção

Marina Silva em evento da Rede (5.mai.2017) - Divulgação
Marina Silva em evento da Rede (5.mai.2017) Imagem: Divulgação

Do UOL, em São Paulo

24/02/2018 11h13

A pré-candidata da Rede à Presidência da República, Marina Silva, afirmou que as autoridades e políticos que criaram e não resolveram o problema da segurança pública no Rio de Janeiro, agora usam o fato para promover-se politicamente.

"Muitas vezes a visão que criou o problema, as atitudes que criaram o problema e que não os resolveram, agora os utilizam para se promover politicamente", disse Marina durante evento da Fundação Rede Brasil Sustentável na manhã deste sábado (24), no Rio de Janeiro, sobre a intervenção federal na segurança pública do Estado.

Apesar da alusão ao presidente Michel Temer, que decretou a intervenção no RJ, Marina absteve-se de apontar quem eram os políticos a quem se referia em sua crítica. "É isso que faz com que a gente esteja nessa situação. Com certeza não veio [a intervenção] por compromisso e visão antecipatória, a nacionalização do debate que nós pautamos em 2010. Vem agora como imposição de uma realidade que não tem como ser negada. Por que agora, não vem mais como conjecturas de analistas que dizem 'olha, vai chegar nesse ponto', o ponto é esse", afirmou a pré-candidata durante o debate.

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Apesar de concordar que não havia mais o que fazer em relação ao Rio de Janeiro, já que o próprio governador havia afirmado que perdeu o controle da situação, ela lembrou que a situação da segurança pública no RJ não é a pior do país, e que medidas são necessárias em outros estados.

Mariana também alertou sobre o perigo das Forças Armadas saírem desmoralizadas do episódio. "É necessário ter muito cuidado com o que está acontecendo", alertou. "As Forças Armadas possuem  um  poder real, que é o poder operacional de ação, e um poder simbólico, que é a confiança da sociedade em sua autoridade. Se der errado, o que sobrará desse poder simbólico?"

Para a pré-candidata, a solução do problema da criminalidade no RJ e em todo o país passa pela recuperação social de jovens na periferia com educação, saúde e oportunidades de trabalho e crescimento profissional -- além de tirar armas de guerra das ruas, recuperar o domínio do Estado sobre áreas de influência do narcotráfico e controlar a situação nos presídios.