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Juiz da Lava Jato no Rio critica pressão sobre STF: 'politicagem de baixo nível'

O juiz Marcelo Bretas - Leonardo Wen/Folhapress
O juiz Marcelo Bretas Imagem: Leonardo Wen/Folhapress

Do UOL, em São Paulo

11/03/2018 18h27

O juiz Marcelo Bretas, da Lava Jato no Rio de Janeiro, criticou neste domingo (11) a suposta pressão de políticos investigados sobre o STF (Supremo Tribunal Federal) pela revisão da prisão após condenação em segunda instância.

"Prefiro acreditar que não há, em nosso STF, quem permita esse tipo de abordagem imoral (“influência no Judiciário”). Seria isso uma politicagem de baixo nível que desrespeitaria por completo a independência do Poder Judiciário, desonrando os envolvidos", afirmou, em publicação no Twitter.

Bretas compartilhou uma coluna do jornal Folha de S.Paulo que trata sobre integrantes do PT, MDB e PSDB que estariam recorrendo ao Planalto para influenciar o Supremo a pautar o assunto.

Segundo a coluna, a eventual prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aumentou a apreensão entre outros políticos que já foram ou receiam ser condenados.

Na publicação fixada em seu perfil, de 6 de março, Bretas também fez um comentário sobre a independência do Judiciário. “Os Poderes da República devem ser independentes e harmônicos entre si, jamais subservientes e íntimos. Uma das causas da corrupção é a certeza da impunidade, de que os ‘apadrinhados’ de hoje serão os ‘protetores’ de amanhã.”

Bretas anunciou em janeiro que iria se ausentar do Twitter, após vir a público que ele e a esposa, ambos juízes, entraram na Justiça para conseguir o auxílio-moradia. Contudo, ele voltou a publicar em fevereiro na rede social.

Apesar das pressões que vem sofrendo, a presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, decidiu não pautar para abril ações que podem modificar a decisão da Corte sobre execução da pena após condenação em segunda instância. A pauta foi divulgada na última sexta-feira (9).