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Sem discursar, Lula consola militantes: "Tudo vai dar certo"

Do UOL, em São Paulo

06/04/2018 01h04Atualizada em 06/04/2018 02h36

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não discursou nesta quinta-feira (5) durante o ato organizado pelo PT e por outros partidos de esquerda no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, no ABC paulista. Porém, cumprimentou alguns militantes e distribuiu palavras de apoio.

Na tarde de ontem, o juiz federal Sergio Moro decretou a prisão do ex-presidente e determinou que ele se apresente até as 17h de sexta na sede da Polícia Federal em Curitiba. No despacho, o magistrado determinou que a defesa de Lula acerte os detalhes da apresentação com o superintendente da PF no Paraná, delegado Maurício Valeixo.

Já nas primeiras horas da madrugada de sexta, Lula deixou a sala em que estava, na sede do Sindicato, e cruzou com diversos militantes que estavam dentro do prédio. Ao consolar uma mulher que estava chorando, o ex-presidente disse a ela que "tudo var dar certo" e que "juntos venceremos".

O ex-presidente disse aos militantes próximos que estava tranquilo, apesar do semblante abatido. "Eu quero comprovar que são eles que estão cometendo um crime contra nós", afirmou. Dos militantes, ele ouvia em resposta cantos como "o Lula é meu amigo, mexeu com ele, mexeu comigo."

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Lula abraçou algumas pessoas que foram demonstrar apoio a ele no sindicato. Teve tempo para selfies e até brincadeiras: "Como a gente se parece, eu vou no seu lugar", brincou um dos manifestantes, que recebeu um sorriso como resposta.

Lula foi condenado em segunda instância a 12 anos e um mês de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá (SP).

Nesta quinta, ele se reuniu com lideranças petistas para definir as próximas estratégias e ainda não definiu se vai ou não se entregar. Nos discursos durante o ato em frente ao sindicato, os senadores Gleisi Hoffmann (PR), Humberto Costa (PE) e Lindbergh Farias (RJ) convocaram a militância a permanecer em São Bernardo e oferecer resistência a uma eventual tentativa da PF em prender o ex-presidente.