Câmara do Rio terá sessão extraordinária para votar 7 projetos de Marielle
A Câmara Municipal do Rio de Janeiro convocou uma sessão extraordinária para a próxima quarta-feira (2) para votar sete projetos de lei apresentados por Marielle Franco, vereadora do PSOL assassinada a tiros em uma emboscada na região central da capital fluminense, em 14 de março.
Duas proposições se referem ao calendário oficial da cidade: uma sugere a inclusão do Dia da Luta Contra a Homofobia, Lesbofobia, Bifobia e Transfobia (comemorado no dia 17 de maio), e a outra, a criação do Dia Municipal de Tezeza de Benguela e da Mulher Negra (25 de julho).
Também serão votadas propostas de implementação dos programas Espaço Infantil Noturno (assistência a famílias que tenham atividades profissionais ou acadêmicas concentradas no horário noturno) e Efetivação das Medidas Socioeducativas em Meio Averto (garantia do processo de formação de adolescentes punidos pela Justiça com medidas socioeducativas).
Serão ainda submetidas à apreciação em plenário a criação do "Dossiê Mulher Carioca" (que pretende reunir estatísticas periódicas sobre as mulheres atendidas pelas políticas públicas municipais) e uma campanha permanente de "conscientização e enfrentamento ao assédio e violência sexual", além de uma medida que busca garantir assistência técnica pública e gratuita para "projeto e construção de habitação de interesse social para famílias de baixa renda".
Os assassinatos de Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes, também alvejado na emboscada, completaram 43 dias nesta sexta-feira (27) sem que a Polícia Civil tenha apresentado oficialmente detalhes sobre identificação de eventuais executores e/ou mandantes do crime. Na versão dos investigadores, o inquérito está avançado. Oito equipes da DH (Divisão de Homicídios) estão focadas na elucidação do caso.
Na última terça (24), o carro onde estavam a vereadora e o condutor passou por uma nova análise. Esta foi a segunda perícia no automóvel --a primeira ocorreu na noite do crime. Os resultados do exame não foram divulgados.
As vítimas foram mortas quando voltavam de um evento na Lapa, bairro da região central. Sabe-se que os criminosos utilizaram ao menos dois carros. A perseguição ao veículo de Marielle começou quando ela deixou o local do evento e se estendeu por cerca de quatro quilômetros.
A interceptação ocorreu na rua Joaquim Palhares, no bairro do Estácio. A vereadora foi atingida por quatro disparos na cabeça.
Na cena do crime, a polícia recolheu munições calibre 9 mm que pertenciam ao lote UZZ18, vendido pela CBC (Companhia Brasileira de Cartuchos) à Polícia Federal em Brasília, em 2006. O lote é o mesmo das balas usadas na maior chacina de São Paulo, em 2015.
Um mês depois do crime, o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, declarou que as investigações da Polícia Civil do Rio de Janeiro apontam a atuação das milícias como a provável causa dos assassinatos.
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