Topo

"Gatilho foi preparado pelas forças que disseminam o ódio", diz Lula

Manifestante segura blusa com sangue de uma das vítimas do ataque a acampamento - Reprodução/Facebook/Frente Brasil Popular
Manifestante segura blusa com sangue de uma das vítimas do ataque a acampamento Imagem: Reprodução/Facebook/Frente Brasil Popular

Do UOL, em São Paulo

01/05/2018 00h06

Em mensagem destinada às pessoas acampadas e em vigília em Curitiba desde sua prisão, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ter ficado indignado com o ataque a tiros que deixou dois feridos na madrugada do último sábado (28). O texto foi publicado na noite de segunda-feira (30) no site do petista.

Ele se solidarizou com as vítimas - o sindicalista Jeferson Lima de Menezes e a advogada militante Maria Koakoski -, seus familiares e amigos e disse que, apesar de o autor ainda não ter sido identificado, “o gatilho foi preparado pelas forças que disseminam o ódio e a violência” no país. Segundo ele, tais forças seriam as mesmas que provocaram a morte da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes, em março no Rio de Janeiro.

“Tenho quase 50 anos de militância política e nunca vi nada semelhante ao que está acontecendo no Brasil, desde que reconstruímos a democracia em 1988”, disse Lula.

O ex-presidente ainda conclamou os manifestantes a permanecerem unidos e persistentes na causa que ele considera "justa, pela democracia, pelos direitos do povo e por um país mais justo".

A mensagem foi veiculada no mesmo dia em que Menezes deixou a UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) e foi transferido para um quarto da enfermaria do Hospital do Trabalhador, na capital paranaense. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, ele está acordado e seu estado permanece estável.

O sindicalista foi atingido no pescoço enquanto participava da vigília no acampamento Marisa Letícia. Ele deve ser ouvido pela polícia assim que tiver alta do hospital. A advogada Márcia foi ferida por estilhaços no ombro e passa bem.

Imagens de câmera de segurança registraram o momento em que um homem atirou contra o acampamento e são usadas pela política nas investigações.

O acampamento pró-Lula ficava em torno do prédio da Polícia Federal, onde Lula está preso há três semanas, mas mudou de lugar - a cerca de um quilômetro - no último dia 17 por determinação judicial.

Este foi o segundo atentado contra apoiadores do ex-presidente Lula este ano. Em 27 de março, dois ônibus que acompanhavam o ex-presidente durante caravana petista pelo Sul foram atingidos por tiros no interior do Paraná. Na ocasião, dois tiros perfuraram a lataria de um dos três veículos na Rodovia PR-473, entre os municípios de Quedas do Iguaçu e Laranjeiras do Sul, no oeste do estado. Ninguém se feriu. Lula estava no terceiro ônibus.