É preciso repudiar os que defendem a volta da ditadura, diz Dilma após documento da CIA
A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) afirmou nesta sexta-feira (11) que a divulgação do documento da CIA (Agência Central de Inteligência), na sigla em inglês) confirma a suspeita de que os assassinatos políticos da ditadura de 1964 eram comandados pela cúpula do regime militar.
Dilma fez referência a um documento secreto de 1974 liberado pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos no qual o chefe da CIA afirma que o ex-presidente Ernesto Geisel (1974-1979) aprovou a continuidade de uma política de "execuções sumárias" de adversários da ditadura militar.
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A ex-presidente também afirma, em publicação em suas redes sociais, que é preciso "repudiar" os que defendem a volta da ditadura.
"A divulgação do memorando da CIA, liberado p/o departamento de Estado, confirma o q/ suspeitávamos: executados nos porões, os assassinatos políticos foram decididos ou referendados p/o Palácio. Por isso devemos repudiar os defensores da volta à ditadura militar #Democraciasempre", escreveu Dilma.
A ex-presidente participou de grupos de resistência à ditadura, como a Polop e o VAR-Palmares, e foi presa pela repressão militar em 1970.
Autorização para executar opositores
O memorando da CIA foi revelado nesta quinta-feira (10) pelo pesquisador da FGV (Fundação Getúlio Vargas) Matias Spektor. De acordo com o estudioso, documento de 11 de abril de 1974, elaborado pelo então diretor da CIA, William Egan Colby, e endereçado ao secretário de Estado dos EUA Henry Kissinger, revelou que Geisel sabia e autorizou execução de opositores durante seu governo.
Em nota divulgada também nesta quinta-feira (11), o Exército disse que os documentos relativos à atuação dos órgãos citados no memorando não existem mais. Assim, a corporação não poderia confirmar a veracidade dos fatos descritos pela CIA.
“O Centro de Comunicação Social do Exército informa que os documentos sigilosos, relativos ao período em questão e que eventualmente pudessem comprovar a veracidade dos fatos narrados, foram destruídos, de acordo com as normas existentes à época — Regulamento da Salvaguarda de Assuntos Sigilosos (RSAS)”, informou a nota do Exército.
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