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Lula pensou que ficaria preso por uma semana, diz monja após visita

Monja Coen em frente à sede da PF em Curitiba, onde Lula está preso - Cláudio Kbene/Divulgação/Vigília Lula Livre
Monja Coen em frente à sede da PF em Curitiba, onde Lula está preso Imagem: Cláudio Kbene/Divulgação/Vigília Lula Livre

Do UOL, em São Paulo

30/07/2018 17h47

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pensou que ficaria preso por apenas uma semana, disse nesta segunda-feira (30) a monja Coen, missionária da tradição budista Soto Shu, após visitar o petista na superintendência da Polícia Federal em Curitiba.

"Ele falou: 'Eu pensei que ia ficar aqui uma semana só'. Eu falei: nós também pensamos. Nós também queríamos que tivesse sido uma semana só. Mas seja o tempo que for, estamos juntos'", relatou Coen aos militantes que mantêm uma vigília pela liberdade de Lula nos arredores do prédio da PF.

O ex-presidente está preso há quase quatro meses depois de ter sido condenado em segunda instância no chamado caso do tríplex, da Operação Lava Jato, pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Sua pena é de 12 anos e um mês de prisão, e a condenação o torna inelegível, em tese, pela Lei da Ficha Limpa. A defesa de Lula nega que haja provas dos crimes imputados a ele.

Em breve fala aos militantes pró-Lula, a monja também comentou sobre a rotina do ex-presidente na prisão. Segundo ela, Lula contou que acorda às 6h30, toma café da manhã, faz exercícios em uma esteira e depois se dedica à leitura. 

Coen relatou ainda que o ex-presidente está "calmo e tranquilo", e contou que às vezes acalma visitantes que chegam com raiva para vê-lo.

Desde maio, Lula tem recebido visitas de representantes de diversas religiões todas as segundas. A Lei de Execução Penal prevê o direito à assistência religiosa. Já a esteira foi instalada após pedido da defesa, autorizado pela juíza federal Carolina Lebbos, com base em um relatório médico que apontava a necessidade de Lula se exercitar sob risco de comprometer sua saúde.

Apesar de Lula estar preso e potencialmente inelegível, o PT afirma que vai registrar o ex-presidente como candidato do partido nas eleições deste ano. A legalidade da candidatura depende de uma análise da Justiça Eleitoral, o que deve ocorrer até meados de setembro. Lula tem liderado as pesquisas de intenção de voto nos cenários em que seu nome é incluído -- sem ele, o líder é o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL).

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