RJ: Oposição protocola novo pedido de impeachment e CPI contra Crivella
Um novo pedido de impeachment contra o prefeito do Rio, Marcelo Crivella (PRB), foi protocolado na Câmara dos Vereadores da cidade, nesta terça-feira (18). Este é o terceiro pedido do tipo, oficializado contra o prefeito, em 2018. Os outros pedidos foram rejeitados.
O documento que foi entregue à Mesa Diretora da casa leva em consideração o fato de Crivella ter se tornado réu por improbidade administrativa, após a Justiça ter aceito uma denúncia do MP (Ministério Público) na última sexta-feira (14) por suposto favorecimento a integrantes da igreja evangélica, em um episódio que ficou conhecido como "fala com a Márcia", ocorrido em julho.
Em uma reunião secreta com membros da igreja, no Palácio da Cidade [uma das residências oficiais da prefeitura], o prefeito indiciou o nome da assessora Márcia Pereira Nunes como pessoa que facilitaria o acesso de fieis à cirurgias de catarata na rede pública. O encontro foi revelado pelo Jornal O Globo. O pedido também cita o fato de Crivella estar sendo investigado pelo MP por uma reunião com integrantes da Comlurb (Companhia de Limpeza Urbana), na qual pediu votos para o seu filho, Marcelo Hodge (PRB), que disputa uma vaga no Congresso. No mesmo encontro, o prefeito foi acusado de ter utilizado veículos oficiais para o transporte de servidores.
A reportagem aguarda resposta de Marcelo Crivella em relação aos fatos usados como argumento no pedido de impeachment protocolado na Câmara.
Para ser levado adiante, o pedido de impeachment precisa ser publicado no Diário Oficial do Município pelo presidente da Câmara, o vereador Jorge Felipe (MDB) --o que a bancada de oposição espera que seja feito até sexta-feira-- e colocado em discussão no plenário, onde precisará contar com o apoio de 25 parlamentares em votação. Marcelo Crivella argumenta que compareceu ao encontro, no qual pede votos para o filho, "no papel de cidadão e não de prefeito". Mas, para vereadores da oposição, o prefeito tem reincidido em posturas que desrespeitam decisões judiciais.
"Ele já havia sido informado pelo MP que deveria se abster de reuniões particulares, fazendo uso da máquina pública, mas deu de ombros para isso. Ele já é réu por uma ação e investigado por outra. Nosso pedido é para que os vereadores que votam em favor de Crivella se posicionem e expliquem o porquê de de seguirem ignorando decisões judiciais", disse o vereador Paulo Pinheiro (PSOL).
Autor do pedido é candidato
O autor do pedido de impeachment protocolado agora foi o servidor público estadual José Rogerio Bussinger Namen. Ele é candidato a deputado estadual, nessas eleições, pelo Avante. José Rogério também ocupou o cargo de subsecretário de Defesa dos Animais, na cidade de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, em 2016.
O fato de ele ser o autor do pedido é uma manobra da oposição para reunir o maior número de votos em uma votação contra Crivella. "O vereador que, eventualmente, protocolasse o pedido perderia direito ao seu voto, de acordo com a Lei Orgânica da casa. Dessa forma, foi melhor que um popular protocolasse a ação, endossada pela oposição e tivéssemos o maior número de votos contra ele", explicou o vereador Babá (PSOL).
'CPI do Crivellinha' também é protocolada
Vereadores que fazem oposição ao prefeito também protocolaram o pedido de instauração de uma CPI que investigue a reunião na qual Crivella pediu votos para o filho, a servidores municipais, na quadra da Escola de Samba Estácio de Sá, nesta quinta-feira (13). "Funcionários da Comlurb foram levados para o local, em veículos públicos, com dinheiro público. Ele segue fazendo camopanha e não se intimida com nada", disse a vereadora Teresa Bergher (PSDB), autora do pedido de instalação da CPI.
"Nossa intenção é fazer com que ele seja investigado por isso, já que sabemos da dificuldade de reunir 25 vereadores que votem pelo impeachment do Crivella", completou Teresa Bergher, que reuniu 17 assinaturas para o início do pedido de instalação da CPI.
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