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Temer fala em votar Previdência sem suspender intervenção no RJ, diz Witzel

Gustavo Maia

Do UOL, em Brasília

07/11/2018 18h42

O governador eleito do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), se reuniu nesta quarta-feira (7) com o presidente Michel Temer (MDB) e disse ter ouvido do emedebista que o governo vai tentar aprovar normas infraconstitucionais (que não alteram a Constituição) da reforma da Previdência até o fim do ano. Desta forma, a intervenção federal em vigor na segurança pública do Rio não teria que ser suspensa para a votação de uma PEC (Proposta de Emenda Constitucional) --enquanto houver intervenção federal (em vigor no Rio desde 16 de fevereiro), o texto constitucional não pode sofrer alteração.

O encontro ocorreu no gabinete de Temer, no Palácio do Planalto, em Brasília, depois de ele receber o presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL).

"O que ele me disse que a conversa entre ele e Jair Bolsonaro era no sentido de se tentar aprovar as normas infraconstitucionais, que exige um quórum menor, e pode avançar agora até o final do ano. [Foi] Exatamente essa a fala do presidente Michel Temer", declarou Wizel.

Segundo o ex-juiz federal, uma das pautas da conversa foi a preocupação com o possível fim antecipado da intervenção --previsto para o último dia do ano--, que acarretaria "a não execução da verba destinada ao aparelhamento da segurança pública do Estado do Rio de Janeiro, que é de em torno de R$ 1,2 bilhão".

"Manifestei a ele a preocupação dessa questão. E ele me disse que provavelmente devem votar as leis infraconstitucionais. Então voltei mais tranquilo", declarou o governador eleito do Rio.

Witzel disse que, "em hipótese alguma", pediu que a reforma da Previdência não fosse votada ainda em 2018. "Se for votar a Previdência, a minha sugestão seria manter através da GLO [Garantia da Lei e da Ordem] as forças militares no Rio de Janeiro. Essa é a minha opinião", afirmou.

"E o crédito que o Rio de Janeiro está com a previsão de receber pode ser através de uma medida provisória, um remanejamento extraordinário, para poder não dificultar que esses equipamentos, viaturas, reaparelhamento da polícia do Rio [...] percam essa verba. Por isso, a minha preocupação de se encontrar uma via alternativa, que eu já estou trazendo. Eu não vim aqui para atrapalhar a vida de ninguém. Eu vim para trazer soluções", explicou o governador eleito.

Questionado sobre quais matérias serão votadas, o governador eleito disse que "sinceramente" é uma questão que está sendo tratada pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro, juntamente com Temer. "Eu não vim aqui para discutir matéria previdenciária", afirmou.