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Ministério do Trabalho será enxugado, mas status ainda será definido, diz Bolsonaro

Filipe Cordon/Folhapress
Imagem: Filipe Cordon/Folhapress

Do UOL, em São Paulo

14/11/2018 09h34Atualizada em 14/11/2018 09h42

O presidente, eleito Jair Bolsonaro (PSL), afirmou, na manhã desta quarta-feira (14), em Brasília, antes de se encontrar com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que enxugará o Ministério do Trabalho, mas que ainda não está definido se a pasta se manterá como tal ou se virará uma secretaria.

"Legislação trabalhista está preservada. Não importa se vai ter status de ministério, pouco tem a ver", afirmou Bolsonaro em entrevista à TV Record. "[O ministério do Trabalho] Foi largamento usado para ações não republicanas ao longo dos últimos anos. Fazia de tudo, menos se preocupar com o trabalho. Vai ser diminuído", declarou.

A afirmação é um novo recuo de Bolsonaro. Um dia antes, ele afirmou que o Trabalho continuaria com status de ministério. "Não vai ser secretaria, não", declarou. Esse primeiro recuo ocorreu após críticas feitas por opositores e eleitores.

Nesta quarta-feira, no entanto, Bolsonaro disse que isso será definido após conversa com o futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS). "Vou conversar com o Onyx para definir de vez essa questão: se vai ter status de ministério ou não", afirmou à Record.

Em entrevista à Rádio Gaúcha, também na manhã desta quarta, Onyx disse que há duas propostas para o futuro do Ministério do Trabalho, uma delas juntá-lo em um Ministério da Produção e outra de incluí-lo na pasta da Cidadania.

Tanto a pasta da Produção quanto a da Cidadania não existem atualmente e serão criadas pelo próximo governo, que prometeu enxugar o número de ministérios.

“O Ministério do Trabalho ficará junto com a Produção ou vai para um outro ministério chamado Cidadania, que aí tem o Desenvolvimento Social e Direitos Humanos. Para sair de 30 para 17, 16, 15 ministérios, tem de fazer a concentração, restruturação, é bem complexo”, declarou o futuro ministro da Casa Civil.

Segundo Onyx, o governo eleito também estuda transferir para o Ministério da Justiça e Segurança Pública a área do Ministério do Trabalho responsável pela concessão de cartas sindicais, de forma a combater a corrupção existente nesse setor, uma vez que a pasta terá como chefe o juiz federal Sergio Moro.

Na entrevista, Onyx confirmou ainda que o deputado federal Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS) é o preferido de Bolsonaro para assumir o Ministério da Saúde, mas disse que uma possível nomeação só deve ocorrer na próxima semana.

Segundo Onyx, o fato de Mandetta responder a processo em que é acusado de irregularidades em seu estado não representa um empecilho, uma vez que o deputado tem documentos que comprovam sua lisura no caso, de acordo com o futuro chefe da Casa Civil. (Com Reuters)