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Separar Justiça da Segurança Pública é "mais eficaz", diz atual ministro

Torquato e Moro se reúnem em Brasília - Gustavo Maia/UOL
Torquato e Moro se reúnem em Brasília Imagem: Gustavo Maia/UOL

Bernardo Barbosa

Do UOL, em Foz do Iguaçu (PR)

22/11/2018 19h26

O ministro da Justiça, Torquato Jardim, disse nesta quinta-feira (22) que considera mais "próprio e eficaz" separar a pasta que comanda da Segurança Pública, liderada por Raul Jungmann. A segurança voltará para o Ministério da Justiça no governo de Jair Bolsonaro (PSL), e a "superpasta" será comandada por Sergio Moro.

"Não sei como será o novo Ministério da Justiça, só sei pelas notícias de jornais. Eu sou do grupo que entendeu mais próprio, mais eficaz separar a Justiça de Segurança Pública. O Ministério da Justiça é muito maior do que se imagina", disse Jardim à imprensa na reunião da Enccla (Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e Lavagem de Dinheiro), em Foz do Iguaçu (PR).

Jardim citou uma série de outras atribuições de seu ministério, como o desenvolvimento da política sobre drogas, a questão de refugiados, a cooperação internacional para recuperação de dinheiro oriundo de crimes e a política para direitos do consumidor -- para o ministro, um "trabalho imenso" que fica desconhecido do grande público por conta das "lamentáveis, tristes estatísticas do crime no Brasil".

Para o ministro, o novo escopo do Ministério da Justiça se deve apenas a uma questão “gerencial”.

"Temos a mesma Constituição, temos as mesmas leis, temos as mesmas responsabilidades. Isso não muda. Muda o estilo de gerência, e cada um terá seu modelo de gerência."

O Ministério da Segurança Pública foi criado pelo presidente Michel Temer (MDB) via medida provisória em fevereiro, e absorveu a Polícia Federal e o sistema penitenciário federal, entre outras funções que antes eram de responsabilidade do Ministério da Justiça.