Topo

Bolsonaro diz que Onyx sairá do governo se caixa 2 for comprovado

Felipe Amorim

Do UOL, em Brasília

05/12/2018 14h32Atualizada em 05/12/2018 15h11

O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), afirmou nesta quarta-feira (5) que, se houver irregularidades comprovadas ou "denúncias robustas" que envolvam membros do seu governo, eles deverão ser exonerados.

"Olha só, em havendo qualquer comprovação, obviamente, ou uma denúncia robusta contra quem quer que seja no meu governo, e esteja ao alcance de minha caneta Bic, ela será usada", disse.

Bolsonaro fez a afirmação ao ser perguntado sobre a situação do indicado para a Casa Civil do seu governo, Onyx Lorenzoni (DEM), alvo de apuração da PGR (Procuradoria-Geral da República) por suspeitas de caixa dois.

Ao presidente eleito foi perguntado por jornalistas, em evento em Brasília, se ele concordava com a afirmação do futuro vice-presidente, general Hamilton Mourão (PRTB), de que se forem comprovadas irregularidades Onyx teria que deixar o governo.

No dia anterior, ao comentar o assunto, Bolsonaro declarou que desconhecia a abertura de processo contra Onyx e que “nada preocupa”.

A pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República), o ministro Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou a abertura de processo para apurar o suposto pagamento de caixa dois a Onyx. Os acordos de delação da JBS apontaram dois repasses a Onyx, um de R$ 100 mil em 2014 e outro de R$ 100 mil em 2012.

Onyx já admitiu em uma entrevista ter recebido R$ 100 mil da JBS em 2014 e pediu desculpas, mas negou a segunda denúncia de caixa 2 revelada pelo jornal "Folha de S.Paulo". Após a autuação do processo em separado, a PGR deverá analisar se pede a abertura de inquérito.

Na terça-feira (5), Onyx disse que é “uma bênção” a decisão de Fachin e que essa será “a chance de resolver” os episódios. “Para mim é uma bênção porque vai permitir que tudo se esclareça. Não tenho nenhum problema com isso. Ao contrário, é a chance de resolver”, disse Onyx.

O governo Bolsonaro teve início em 1º de janeiro de 2019, com a posse do presidente Jair Bolsonaro (então no PSL) e de seu vice-presidente, o general Hamilton Mourão (PRTB). Ao longo de seu mandato, Bolsonaro saiu do PSL e ficou sem partido até filiar ao PL para disputar a eleição de 2022, quando foi derrotado em sua tentativa de reeleição.