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Em eleição do comando do Congresso, Eduardo vê Legislativo independente

Deputado federal reeleito Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) no TRE (Tribunal Regional Eleitoral) antes da diplomação - 18.dez.2018 - Janaina Garcia/UOL
Deputado federal reeleito Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) no TRE (Tribunal Regional Eleitoral) antes da diplomação Imagem: 18.dez.2018 - Janaina Garcia/UOL

Guilherme Mazieiro

Do UOL, em São Paulo

18/12/2018 13h26

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), uma das principais lideranças do partido, disse que "tudo bem" se os presidentes do Congresso não forem alinhados à Presidência de seu pai, o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL).

O PSL conquistou a segunda maior bancada na Câmara, com 52 deputados, e articula para conseguir a Presidência da Casa, principalmente para viabilizar as pautas econômicas do novo governo.

"Se vier a acontecer de presidentes [do Congresso] que não sejam alinhados com a Presidência serem eleitos, tudo bem. É a independência do Legislativo ", disse Eduardo sobre a possibilidade de Renan Calheiros (MDB-AL) e Rodrigo Maia (DEM-RJ), assumirem respectivamente os comandos do Senado e a Câmara.

O deputado mais votado por São Paulo foi diplomado nesta terça-feira (18), na capital paulista. Ele disse que não atua formalmente na articulação da Presidência da Câmara, desde que Delgado Waldir assumiu a liderança da sigla na Câmara.

"Os bastidores são os bastidores, se fossem públicos não seriam bastidores", disse sobre sua articulação pela Presidência.

"O que a gente tenta colocar adiante um presidente com as pautas, principalmente econômicas, do presidente Jair Bolsonaro", ressaltou.

"Cada deputado é responsável pelo seu voto e deve satisfação aos seus eleitores. É óbvio que conseguir uma única voz dentro do partido para sair de maneira uniforme é algo que seria o ideal. Mas sendo bem realista é difícil de isso acontecer. Todo partido tem alguns deputados que às vezes têm um pensamento um pouquinho diferente", disse.

Ainda sobre a Presidência da Câmara, cuja eleição acontecerá em fevereiro, outra liderança que articula os cargos na Mesa Diretora, a deputada eleita Joice Hasselman (PSL-SP), disse que depois do racha do partido, em que ela e Eduardo trocaram acusações públicas, foi resolvido. 

"Estamos abrindo um caminho para um grande bloco. Tem possibilidade de nos aproximarmos de todo mundo. Todo mundo que tiver comprometido com nossa pauta econômica é um pré-requisito", disse ao UOL.

Ela considera que as investigações do Coaf, sobre "movimentações atípicas" nas contas de um ex-assessor do senador eleito Flavio Bolsonaro (PSL-RJ), não prejudicam as articulações no Câmara.

"A gente já tem uma pré costura feita no Senado. O que temos que ter ali é um candidato único para enfrentar o Renan Calheiros. Estamos conversando com os senadores individualmente, o Senado é muito mais individual do que a Câmara ", disse.

"[A questão do Coaf] não respinga na Câmara. Os adversários vão usar qualquer coisa para nos atacar ", considerou Joice.