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Camisa com estampa da faixa presidencial é hit para a posse

Camiseta com estampa da faixa presidencial é sucesso de vendas - Felipe Pereira
Camiseta com estampa da faixa presidencial é sucesso de vendas Imagem: Felipe Pereira

Felipe Pereira

Do UOL, em Brasília

01/01/2019 04h00

Centenas de milhares de brasileiros devem viajar a Brasília para acompanhar a posse do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL).

Eles querem estar vestidos a caráter para o evento e a camiseta que vem com a faixa presidencial estampada, encontrada com qualquer ambulante, caiu no gosto destas pessoas.

"De cada 15 camisetas que vendemos, dez têm a faixa na frente. Quando os clientes batem o olho, já perguntam o preço", conta Lucicleide Lima, 38, que esticou um varal próximo à rodoviária de Brasília.

Ela revela que cada peça, independentemente da estampa, sai por R$ 20. As bandeiras do Brasil custam R$ 30. Lucicleide mora em São Paulo e foi com o marido e dez vendedores a Brasília apoiar o candidato que elegeu e fazer algum dinheiro.

A clientela é formada por pessoas que chegaram um dia antes da posse e aproveitam o tempo livre para passear pelos lugares que aparecem nos telejornais. A avaliação de Lucicleide é que o movimento está razoável, mas a tendência é as vendas esquentarem bastante no dia da posse.

O ambulante Ênio Andrade, 40, montou seu varal de roupas ao lado de Lucicleide. Morador de Brasília, ele reitera que a camiseta com a faixa é o sucesso da posse. "Só consegui trazer 240 camisetas e elas estão indo rápido. As que têm estampa da faixa estão quase acabando. De cada cinco que vendo, quatro são desse modelo."

Vera Margini, 69, comprou um modelo com a faixa presidencial estampada. "Esta camiseta tem uma faixa igual à que o Bolsonaro vai receber amanhã (terça-feira). Tudo aquilo que fiz por ele na campanha vai se tornar realidade e eu vou ter uma réplica da faixa,"

Wellington mandou fazer um terno verde e amarelo para posse - Felipe Pereira - Felipe Pereira
Imagem: Felipe Pereira

Policial manda fazer terno verde-amarelo

Sargento da Polícia Militar de Minas Gerais, Wellington Augusto Helena, 56, passou reto pelos ambulantes. O morador de Barbacena veio preparado para o evento.

"Vai ser uma virada de ano e uma virada no país. Eu mandei fazer um terno verde e amarelo, as cores da bandeira. Até me chamaram de doido."

Quem não está tão preparado quanto Wellington pode recorrer a outra opção oferecida pelos ambulantes. Eles vendem uma camisa que, na frente, é igual à da seleção brasileira --com direito ao escudo da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e o símbolo da Nike. Nas costas, aparece a imagem do presidente eleito e o slogan de campanha.

A rodoviária, estande para a venda desses modelos, é o limite onde veículos podem chegar da área da cerimônia de posse e na frente da Granja do Torto, local em que o presidente eleito aguarda o evento.

Nenhum desses locais está lotado. A rotatividade é muito grande porque as pessoas chegam, tiram fotos e vão conhecer o restante da cidade. De plantão mesmo, somente jornalistas.

Luciana vende chaveiros com Bolsonaro fazendo pose de arma - Felipe Pereira - Felipe Pereira
Imagem: Felipe Pereira

Bolsonaro estampa até chaveiro

Luciana Carla Spinelli Martins, 43, vende chaveiros. Moradora do Rio de Janeiro, ela criou um em que Bolsonaro aparece simulando uma arma e deixou na portaria da casa dele no Rio como presente. A imagem foi postada no Facebook dela e as amigas gostaram tanto que fizeram encomendas. O presente virou negócio. 

Como precisa montar os chaveiros, foi possível levar somente 200 para Brasília. O número se mostrou insuficiente. No começo da tarde, eram somente oito à disposição. Além de fazer um dinheirinho e homenagear o presidente eleito, Luciana descobriu um talento. "Nunca tinha feito nada de artesanato. Agora tem algo que gosto de fazer."

O vendedor de camisas João Dias, 51, é locutor de vaquejada em São Bento (PB) e queria ver a posse. Levou camisas para vender e conseguir pagar pela viagem e notou uma diferença no perfil das pessoas conforme o dia da posse se aproxima. "Até domingo (30/12) havia gente com mais dinheiro. A partir de hoje (segunda-feira), o povão começou a aparecer."

Todos os ambulantes apostam em ruas cheias e estoques vazios ao final da cerimônia de posse. Eles dizem que seria como começar o ano "com o pé direito".