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Tasso desiste de candidatura à presidência do Senado

Com Aécio Neves (d) ao fundo, Tasso Jereissati concede entrevista - George Gianni 03.ago.2017 /PSDB
Com Aécio Neves (d) ao fundo, Tasso Jereissati concede entrevista Imagem: George Gianni 03.ago.2017 /PSDB

Leandro Prazers

Do UOL, em Brasília

01/02/2019 16h14Atualizada em 01/02/2019 16h39

O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) desistiu nesta sexta-feira (1º) da sua candidatura à Presidência do Senado. O anúncio da desistência foi feito minutos após a cerimônia de posse dos senadores eleitos para a atual legislatura.

Tasso era um dos pré-candidatos ao comando da casa e considerado um dos principais opositores da candidatura de Renan Calheiros (MDB-AL).

Mais cedo, parlamentares já especulavam a desistência de Tasso em favor da candidatura de Esperidião Amin (PP-SC).

A votação da nova Mesa Diretora terá início às 18h. Nesse intervalo, os parlamentares fazem uma série de reuniões para costurar apoios e definir os nomes que serão lançados.

Eleição pulverizada

Com candidaturas pulverizadas, a expectativa no Congresso é que esta será a eleição mais acirrada na história recente do Parlamento. Ao menos oito senadores devem concorrer --qualquer um pode com mandato eletivo pode se lançar após a cerimônia de posse.

O primeiro impasse se dará em relação à condução dos trabalhos. O único sobrevivente da atual composição da Mesa, Davi Alcolumbre (DEM-AP), será o presidente da sessão de acordo com o Regimento --o atual chefe do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), não foi reeleito.

No entanto, Davi lançou candidatura à sucessão de Eunício e, em tese, geraria um conflito de interesses, na visão dos rivais. Parlamentares oponentes prometem levar questões de ordem caso o amapaense não decline da função.

Devido a esse e outros imbróglios que cercam a disputa no Senado, há possibilidade, inclusive, de adiamento da a eleição para sábado (2) ou para a próxima segunda-feira (3). Ao UOL, um dos concorrentes à chefia da Casa afirmou que isso é "bem possível", já que várias questões de ordem devem ser colocadas durante a sessão. A resolução depende das conversas que ocorrerão no intervalo entre a posse e a eleição.

Os senadores que desejam concorrer à Presidência têm até o começo da eleição para lançarem suas candidaturas --o Regimento não prevê um prazo para isso e também não determina a condição de "pré-candidato".

Outro impasse que promete tensionar a disputa é a modalidade de votação: aberta ou secreta. O MDB, partido de maior bancada e que tradicionalmente ocupa a chefia da Casa, defende o cumprimento do regimento, que prevê o sigilo do voto. Em tese, isso daria mais chances à sigla, desgastada no cenário nacional devido as escândalos de corrupção e esgotamento da chamada "velha política".

Já os oponentes querem o voto aberto e prometem brigar por isso. "A decisão do plenário é soberana", afirmou ao UOL um dos concorrentes ao ser questionado do entendimento sobre o assunto do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Dias Toffoli.

Em janeiro, o ministro derrubou uma decisão do colega Marco Aurélio Mello, que havia determinado no mês anterior a votação aberta. "O que o plenário decidir estará decidido. Vai ter briga."

Na quinta, oito integrantes do bloco que se opõe ao senador Renan Calheiros (MDB-AL), tido como favorito nos bastidores, fizeram uma reunião e acertaram o apoio ao voto aberto e em dois turnos, o que contraria o Regimento. (*Colaborou Hanrrikson de Andrade, de Brasília)
 

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