Nova condenação gera raiva em militantes pró-Lula, que se dizem motivados

A segunda condenação criminal do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi recebida com revolta por militantes que frequentam uma vigília montada ao lado do local em que ele está preso, a sede da Polícia Federal em Curitiba. Gerou também motivação para as pessoas que diariamente se manifestam em prol da liberdade do ex-presidente.
Nesta quinta-feira (7), pelo menos 150 simpatizantes do ex-presidente estiveram na chamada Vigília Lula Livre. Boa parte participou de um ato contra a prisão de Lula realizado nesta tarde.
"Ontem foi um dia difícil. A notícia [sobre a segunda condenação] motivou raiva e ira. Os ânimos ficaram exaltados", conta o frei Aloísio Fragoso, 77 anos, que veio de Recife (PE) para passar suas férias na vigília dedicada a Lula. "Mas esses sentimentos logo se transformam em vontade de lutar pela liberdade do ex-presidente."
Frei Aloísio passou todo o dia na estrutura montada para a vigília em um terreno alugado ao lado da PF. Assim como outros frequentadores do espaço, ouviu provocações de pessoas favoráveis à prisão de Lula. Quase todas elas foram respondidas prontamente com gritos de "Lula Livre!".
De tarde, Aloísio participou de um debate sobre as propostas de reforma da Previdência em discussão por membros do governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) e ainda assistiu a discursos de membros do Partido dos Trabalhadores (PT) durante em favor da liberdade de Lula.
"Querem destruir o legado do PT"
"Estamos vivendo sob uma ditadura do Poder Judiciário, com a tutela do poder militar", adicionou Dr. Rosinha, presidente do PT no Paraná. "Lula é o principal preso político do país."
Para o servidor público Mauro Antônio Holz, 53 anos, de Palotina (PR), o ex-presidente Lula representa a luta de trabalhadores brasileiros. Por isso, ele também resolveu tirar um dia de suas férias para visitar a vigília em homenagem ao ex-presidente.
"Dei um jeito de vir aqui demonstrar meu carinho. Tinha que vir", explicou. "Estão aplicando uma pena pesada demais em cima dele. Isso não acontece em outros processos por aí."
Defesa vai recorrer da decisão
Lula foi condenado a 12 anos e 11 meses de prisão por lavagem de dinheiro e corrupção ligadas a obras realizadas por empreiteiras em um sítio em Atibaia (SP). Segundo a sentença da juíza federal Gabriela Hardt, da 13ª Vara da Justiça Federal do Paraná, o ex-presidente ainda terá de pagar pagamento de 212 dias-multa, fixado o valor de 2 salários mínimos para cada dia-multa (R$ 423.152,00) e está proibido de exercer cargo público ou integrar a direção de empresas pelos próximos 24 anos e 2 meses (dobro da pena de prisão).
A defesa de Lula já informou que vai recorrer da decisão. Em nota, o advogado do ex-presidente, Cristiano Zanin Martins afirmou que ele é alvo de perseguição política e de "narrativas acusatórias referenciadas apenas por delatores generosamente beneficiados". Zanin Martins também disse que a sentença "desconsiderou as provas de inocência apresentadas pela defesa de Lula nas 1.643 páginas das alegações finais protocoladas há menos de um mês".
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