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Carlos Bolsonaro compara a 'ditadura' investigação do STF sobre fake news

Ministros participam de julgamento no plenário do STF - Rosinei Coutinho/Divulgação/STF
Ministros participam de julgamento no plenário do STF Imagem: Rosinei Coutinho/Divulgação/STF

Felipe Amorim

Do UOL, em Brasília

21/03/2019 15h49

Filho do presidente Jair Bolsonaro (PSL), o vereador carioca Carlos Bolsonaro (PSC) criticou em sua conta no Twitter ações da investigação aberta pelo STF (Supremo Tribunal Federal) para investigar supostos ataques contra os ministros do tribunal.

O ministro Alexandre de Moraes, responsável pelo inquérito, expediu mandados de busca e apreensão e teria determinado o bloqueio de contas em redes sociais de dois alvos da investigação. O inquérito corre sob segredo de Justiça.

No Twitter, Carlos Bolsonaro compartilhou uma notícia sobre a investigação e fez menção à ditadura.

"Estamos vivendo em uma ditadura? 'Ódio' é uma palavra muito rasa para permitir que 'estuprem' quem não concorda com alguma decisão do STF! É inadmissível e inacreditável o que ocorre no Brasil!", escreveu o filho do presidente.

A abertura do inquérito foi anunciada na semana passada pelo presidente do STF, ministro Dias Toffoli, com o objetivo de investigar a existência de fake news (notícias falsas), ameaças e afirmações caluniosas e difamantes que atingem "a honra e a segurança" dos ministros da corte e de seus familiares.

A investigação foi contestada pela PGR (Procuradoria-Geral da República) que, em pedido de informações sobre o inquérito, sugeriu que o Supremo não teria atribuição legal para iniciar uma investigação desse tipo. O ministro Marco Aurélio, do STF, contestou a forma como a investigação foi instaurada e defendeu que o caso tivesse sido remetido primeiro ao Ministério Público.

O processo está sob segredo de Justiça e o STF não divulgou detalhes sobre os alvos da investigação ou os fatos que serão apurados.

O ministro Alexandre de Moraes afirmou na terça-feira (19) que foram identificadas mensagens que sugerem atos de violência contra os ministros, assim como o "fechamento" do Supremo.

"O que vem se pretendendo é desestabilizar o Supremo Tribunal Federal, ou seja, o Poder Judiciário. Não existe democracia sem independência do Poder Judiciário. Isso vai ser investigado a fundo", disse Moraes.