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Witzel diz que falta liderança de Bolsonaro para aprovar reformas

Wilson Witzel (PSC) e Jair Bolsonaro (PSL) se encontram em Brasília - Divulgação/Assessoria
Wilson Witzel (PSC) e Jair Bolsonaro (PSL) se encontram em Brasília Imagem: Divulgação/Assessoria

Talita Marchao e Lucas Borges Teixeira

Do UOL, em São Paulo, e colaboração para o UOL, em São Paulo

09/09/2019 17h08

O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC-RJ), criticou a forma como o presidente Jair Bolsonaro (PSL) lida com o Congresso. Perguntado diretamente sobre a possível falta de liderança do Executivo, o ex-magistrado afirmou que "o governo precisa ter uma articulação melhor".

"Era preciso uma liderança para fazer com que o Congresso avance [com as reformas] —e isso não está acontecendo", declarou Witzel, em entrevista a jornalistas na tarde de hoje, em São Paulo. "[O país] está precisando de alguém que lidere esse processo."

Ao ser questionado quem seria esta pessoa, Witzel respondeu que, no Rio de Janeiro, este papel cabe a ele, em clara referência de que, no âmbito federal, está função pertence ao Executivo. "Eu tenho a minha base. Ela está lá e eu negocio democraticamente com os deputados", afirmou o governador. "Eu tenho que liderar esse processo, se não a coisa não anda. Fica muito complicado. É por isso que eu acho que precisamos ter mais governabilidade", disse.

Witzel, que tem sondado uma possível candidatura à presidência em 2022, evitou falar o nome de Bolsonaro, mas deixou claras suas diferenças entre o modelo de articulação do Executivo e o que ele considera ideal.

"Cada um tem um jeito de governar. Eu vejo que, para governar, é preciso liderar também o Congresso nacional, as assembleias legislativas. É preciso que os prefeitos liderem suas câmaras. Senão, não aprova nada", afirmou Witzel. "Se você pegar um projeto e disser: 'toma que o filho é teu', isso não vai acontecer."

O governador elogiou os papéis dos presidentes das duas casas legislativas na aprovação dos projetos que deveriam ser encabeçados pelo Executivo.

"Por um acaso, Rodrigo Maia e [Davi] Alcolumbre estão ali tentando fazer um trabalho para que os projetos sejam aprovados. Mas é preciso ter essa articulação", afirmou Witzel. O governador carioca seguiu a mesma linha do seu colega paulista, João Doria (PSDB-SP).

Na tarde de hoje, o tucano também aferiu ao Congresso a liderança para a aprovação das reformas econômicas e criticou Bolsonaro, afirmando que não é o momento de pensar em reeleição, mas sim em gestão.

"É preciso ter uma articulação melhor nas suas bases para que isso [a aprovação das reformas] aconteça. O Brasil tem muitas reformas para serem feitas, e elas não podem começar em janeiro e terminar em outubro. É preciso ter um projeto consistente, amadurecido e debatido para que ele chegue ao congresso e possa caminhar com a velocidade necessária que quatros anos de governo exigem", ressaltou Witzel.