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Mourão: "Dois primeiros anos de governo são para reorganizar crise fiscal"

O presidente Jair Bolsonaro e o vice Hamilton Mourão - Sergio Lima/AFP
O presidente Jair Bolsonaro e o vice Hamilton Mourão Imagem: Sergio Lima/AFP

Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

10/09/2019 19h17

O vice-presidente da República e presidente em exercício, general Antonio Hamilton Mourão (PRTB), afirmou hoje que os dois primeiros anos de governo são para reorganizar a crise fiscal enfrentada pelo Brasil.

"A ideia é que ano que vem não terá contingenciamento. Porque o financeiro vai acompanhar a dotação. Essa é a previsão do Ministério da Economia. Vamos ter menos recurso, mas a gente já sabe que desde o começo do ano vai ter aquele recurso. [...] A gente sabe que esses primeiros dois anos de governo são para reorganizar a crise fiscal pela qual o país está passa", disse.

Ele falou que a crise tem "características claras" devido à grande quantidade de despesas governamentais se comparada à arrecadação. Vários ministérios têm sofrido com as verbas apertadas, como o da Educação e o da Ciência e Tecnologia.

Questionado se o projeto do caça sueco Gripen à FAB (Força Aérea Brasileira) poderá ser prejudicado por contingenciamentos, Mourão disse acreditar que não, pois conta com financiamento externo. No entanto, confirmou que outros projetos das Forças Armadas deverão ter seus prazos de conclusão estendidos.

*"Não vai ser suficiente [para destravar outros projetos]", afirmou.

O primeiro modelo do caça foi apresentado hoje à FAB na Suécia. No evento, o ministro da Defesa, Fernando Azevedo, disse não haver atrasos nos pagamentos até o momento embora admita a situação delicada.

Quanto à possibilidade de o governo criar um imposto sobre transações financeiras, Mourão confirmou os estudos e ter conversado com o secretário especial da Receita Federal, Marcos Cintra, mas disse que a ideia ainda não foi apresentada ao presidente Jair Bolsonaro (PSL).

O governo Bolsonaro teve início em 1º de janeiro de 2019, com a posse do presidente Jair Bolsonaro (então no PSL) e de seu vice-presidente, o general Hamilton Mourão (PRTB). Ao longo de seu mandato, Bolsonaro saiu do PSL e ficou sem partido até filiar ao PL para disputar a eleição de 2022, quando foi derrotado em sua tentativa de reeleição.