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Bolsonaro diz que secretário da Receita caiu porque tentou recriar CPMF

07.jan.2019 - O presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes - Fátima Meira/Futura Press/Estadão Conteúdo
07.jan.2019 - O presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes Imagem: Fátima Meira/Futura Press/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

11/09/2019 17h40Atualizada em 11/09/2019 19h38

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou hoje que o ministro da Economia, Paulo Guedes, demitiu o secretário especial da Receita, Marcos Cintra, porque ele tentou recriar uma taxação similar à antiga CPMF. Em sua conta no Twitter, o presidente escreveu que a formulação de um novo imposto nesses moldes está fora da proposta de reforma tributária encampada pelo governo por "determinação do presidente."

"Tentativa de recriar CPMF derruba chefe da Receita. Paulo Guedes exonerou, a pedido, o chefe da Receita Federal por divergências no projeto da reforma tributária. A recriação da CPMF ou aumento da carga tributária estão fora da reforma tributária por determinação do Presidente.", escreveu Bolsonaro.

Já no Facebook, o presidente afirmou que a "PEC (sem CPMF) só deveria ter sido divulgada após o aval do Presidente da República e do Ministro da Economia."

Na tarde de hoje, o site O Antagonista publicou nota sobre a decisão de Guedes de demitir Cintra, informação confirmada pelo Ministério da Economia. O auditor fiscal José de Assis Ferraz neto assumirá o cargo interinamente.

Ontem, a Folha de S. Paulo revelou que o governo planeja uma taxação inicial de 0,4% de saques e depósitos em dinheiro.

Em pagamentos com cartões de crédito e débito, a alíquota seria de 0,2%. A informação fora repassada por Marcelo de Sousa Silva, secretário especial adjunto da Receita Federal, que defendeu o novo imposto no Fórum Nacional Tributário, evento realizado em Brasília.

Alcolumbre e Maia se opõem à nova CPMF

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), seguiu o exemplo do chefe da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e se declarou contrário a qualquer proposta de criar um imposto nos moldes da antiga CPMF --tributo que foi derrubado pelo Congresso em 2007.

"Da minha parte reafirmo que sou contrário à criação de mais um imposto na vida das pessoas. Quando fui deputado federal votei contra a permanência da CPMF, em 2007. Nós conseguimos tirar essa contribuição da vida dos brasileiros. Quando ela existia eu lutei pra acabar com ela."

"Os brasileiros já pagam muitos impostos e encargos, e eles não aguentam mais."

Mais cedo, Maia havia afirmado achar "muito difícil" a possibilidade de a ideia prosperar no Parlamento. Depois de uma reunião com aliados sobre a reforma tributária, ele disse que a reação dos colegas foi "muito contundente da dificuldade da CPMF na Câmara."