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Filho de governador do MS planejou matar operador de propinas, diz TV

Rodrigo Souza e Silva (ao fundo), filho do atual governador do MS, Reinaldo Azambuja (em primeiro plano na foto)   - Reprodução
Rodrigo Souza e Silva (ao fundo), filho do atual governador do MS, Reinaldo Azambuja (em primeiro plano na foto) Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

22/09/2019 22h16

Rodrigo Souza e Silva, filho do governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), é suspeito de envolvimento em um plano para matar, no ano de 2017, o corretor de gado José Ricardo Gutti Gumari, conhecido como 'Polaco'. É o que revelou na noite de hoje uma reportagem veiculada pelo programa "Fantástico", da TV Globo.

Polaco havia sido flagrado em 2017 recebendo propinas de empresários do estado. O destinatário final do dinheiro seria Azambuja, que nega as acusações.

Documentos da PF (Polícia Federal) e do MP-MS (Ministério Público do Mato Grosso do Sul) mostram que Polaco teria pedido pagamentos periódicos de propina ao governador em troca de seu silêncio sobre o esquema de corrupção. Ele teria recebido dois pagamentos de R$ 300 mil.

No terceiro pagamento, ocorrido no final de 2017, o filho do governador e o policial militar Hilarino Ferreira, que é primo de Azambuja, teriam arquitetado o roubo da propina e a morte de Polaco. Este enviou um amigo ao local combinado, um supermercado em Campo Grande (MS), para receber o dinheiro, segundo as investigações.

O amigo de Polaco foi seguido por cinco homens que o roubaram. O plano de matar Polaco não teve êxito, já que ele não estava no carro.

O aposentado Luiz Carlos Vareiro, 61 anos, um dos assaltantes, confessou que foi contratado pelo policial militar para matar o operador de propina.

Os advogados do filho e do primo governador negam participação no roubo e que tentaram matar Polaco.

"Temos todas as provas ali e aonde que a gente vai provar isso? Na Justiça. Eu acredito muito na Justiça. Eu sempre tenho dito que a verdade prevalece à mentira", declarou, garantindo que Rodrigo não teve nenhum envolvimento em plano de queima de arquivo, conforme aponta denúncia. "É um bom filho, é um bom pai, um bom esposo, honesto, e a Justiça prova isso", disse ontem o governador, em evento em Campo Grande.

Na última terça-feira (17), a Segunda Câmara do Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul aceitou denúncia do MP do estado e tornou réus por roubo majorado Rodrigo Souza e Silva e o PM primo do governador.

Azambuja é alvo de dois inquéritos no STJ (Superior Tribunal de Justiça). O primeiro por supostamente receber um total de R$ 67 milhões em propinas. O segundo investiga se o governador tem participação no roubo a Polaco.