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Ressentida com Janot, cúpula da PGR falta a lançamento de livro do ex-PGR

O ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot durante lançamento de seu livro, numa livraria de shopping de Brasília - Pedro Ladeira/Folhapress
O ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot durante lançamento de seu livro, numa livraria de shopping de Brasília Imagem: Pedro Ladeira/Folhapress

Constança Rezende

Do UOL, em Brasília

08/10/2019 22h13

O lançamento do livro do ex-procurador geral da República Rodrigo Janot, em Brasília, foi considerado um sucesso de vendas, na noite de hoje (8) pela editora. Porém, não contou com a presença de autoridades do MPF, nem de ex-integrantes de sua própria equipe na Procuradoria.

Ao contrário do lançamento de São Paulo, que só teve 43 dos 550 exemplares do "Nada Menos que Tudo" vendidos, na capital foram contabilizadas 230 vendas até às 20h20. O evento durou até as 22h e fila durou cerca de três horas, na Livraria Leitura, da Asa Sul. O shopping Píer 21, que abrigou o evento, teve que aumentar o esquema de segurança.

Nenhum integrante do grupo de trabalho Lava Jato ou da cúpula da procuradoria foram vistos no evento. Assim como também não estiveram presentes ex-integrantes de sua equipe. Apenas dois membros do MPF foram prestigiar Janot.

Subprocuradores ouvidos pelo UOL em condição de anonimato disseram que já era esperada a ausência de integrantes do órgão. Isto porque eles não quiseram associar sua imagem com o do ex-PGR.

Recentemente, Janot foi rotagonista de uma polêmica, quando confessou ter entrado armado no STF (Supremo Tribunal Federal), em 2017, com a intenção de matar o ministro Gilmar Mendes. A fala que provocou reações das classes política e jurídica.

Já quem trabalhou com Janot teria se sentido ofendido e considerado desleal a publicação do livro contando os bastidores de processos da Lava Jato que ainda estão em andamento e em tão pouco tempo após o ex-PGR ter deixado o órgão. Ele também fez revelações sobre o comportamento de procuradores durante a condução dos casos.

"O caso Gilmar foi a cereja do bolo. E quem gosta de ver a intimidade exposta por terceiro sem ser consultado? As pessoas têm esse sentimento. Ele avaliou mal como seria a recepção do livro pelos ex-auxiliares, por colegas de MPF. Ele está aposentado, mas os demais não", disse um subprocurador.