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OCDE: Base de Bolsonaro minimiza revés do país; oposição fala em submissão

28.jun.2019 - Jair Bolsonaro e o presidente dos EUA, Donald Trump, no G20 - Reprodução/Twitter/@jairbolsonaro
28.jun.2019 - Jair Bolsonaro e o presidente dos EUA, Donald Trump, no G20 Imagem: Reprodução/Twitter/@jairbolsonaro

Do UOL, em Brasília

10/10/2019 17h55Atualizada em 10/10/2019 17h55

Resumo da notícia

  • EUA recusaram hoje a solicitação do Brasil para fazer parte da OCDE
  • Pedido de Argentina e Romênia estão em andamento
  • Entrada do Brasil foi prometida por Trump a Bolsonaro

A decisão do governo dos Estados Unidos de apoiar a entrada da Argentina e da Romênia em vez do Brasil na OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) levou a oposição a criticar a falar em inabilidade política e subserviência de Jair Bolsonaro (PSL). Já a base do governo no Congresso minimiza a notícia e diz que não houve nenhum revés.

Oficialmente, até agora, o governo Bolsonaro não se manifestou sobre o assunto. Anunciada, em março, a cooperação com o presidente Donald Trump foi divulgada pelo governo brasileiro com um dos principais acordos internacionais da gestão.

"Embora não seja verdade e tudo esteja caminhando como esperado para o bem dos brasileiros, é interessante imaginar que motivos alguém teria para comemorar uma derrota do Brasil neste sentido onde todo mundo perderia. Não é difícil entender o jogo de alguns! Seguimos tranquilos!", escreveu no Twitter o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), filho de Bolsonaro.

Já o líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO), que está no reunião da Rede Parlamentar Global da OCDE, na França, disse que os EUA vão apoiar o Brasil, mas não agora.

Ele disse que esteve com secretário-geral da OCDE, e com o embaixador brasileiro na entidade. "Sabemos por aqui que não há retirada do apoio dos EUA à entrada do Brasil na OCDE. Questão de "timing" e prioridade. [Donald]Trump e [Mike] Pompeo publicamente apoiaram. Chegaremos lá", disse, citando o presidente e secretário americano.

Oposição critica "subserviência"

O líder da oposição na Câmara, Alessandro Molon (PSB-RJ), disse que não há palavra melhor para definir a relação de Bolsonaro do que "subserviência".

"Segundo o dicionário, SUBSERVIÊNCIA é: 1. Sujeição servil à vontade alheia, submissão voluntária a alguém ou a alguma coisa 2. Ato ou efeito de bajular", escreveu o socialista.

Para a senadora Marina Silva, "esse é o preço da troca de uma relação diplomática altiva e competente pela vergonhosa subserviência que o governo Bolsonaro impõe ao país".

A presidente do PT, Gleise Hoffmann (PT-PR), disse que o Brasil é recusado pelos Estados Unidos.

"Lembro que, no governo Lula, fomos convidados a entrar e recusamos, pois não era do nosso interesse. Agora, o Brasil, sem prestígio algum, tenta entrar e é recusado até pelos EUA, que tinham anunciado apoio a Bolsonaro"

Embaixada diz que mantém apoio, mas não diz data

A Embaixada americana no Brasil, emitiu nota de dois parágrafos em que reafirma a posição dos EUA de apoiara entrada do Brasil na OCDE, sem, no entanto, revelar quando.

"Apoiamos a expansão da OCDE a um ritmo controlado que leve em conta a necessidade de pressionar as reformas de governança e o planejamento de sucessão", considerou. Este trecho é semelhante à carta de Pompeo: "Os EUA continuam a preferir o alargamento a um ritmo lento que leva em consideração a necessidade de pressionar pelo planejamento de governança e sucessão".