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Mourão minimiza Alvim diante de outros problemas no país: 'Papo de Ipanema'

O vice-presidente Hamilton Mourão - Leco Viana/TheNews2/Estadão Conteúdo
O vice-presidente Hamilton Mourão Imagem: Leco Viana/TheNews2/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

23/01/2020 08h39

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, disse ontem que a discussão sobre a menção feita pelo ex-secretário especial de Cultura Roberto Alvim a Joseph Goebbels é menor diante da magnitude de outros problemas que o Brasil enfrenta, como o desemprego e a desigualdade. Mourão classificou o debate como "papo de Ipanema".

Durante entrevista à Globonews, Mourão foi questionado se a guerra cultural faz sentido como política de governo e respondeu:"Você observa em governos anteriores tinha governo aí que tinha o PNDH 3 (Programa Nacional de Direitos Humanos), que era uma imposição totalitária em cima da cultura, havia censura prevista para a imprensa, controle dos meios de comunicação, da internet. Tava tudo escrito. Graças a Deus não prosperou. Sempre há tentativas dessa natureza."

"Existe a visão do nosso governo, de algumas pessoas, de que em algum momento fomos submetidos a um bombardeio de ideias que não são aqueles que nos elegeram. Não chamo isso de guerra cultural, chamo de choque de mentalidades, onde cada um procura apresentar para o público em geral sua visão de mundo", acrescentou.

Ele chamou atenção para problemas, que em sua visão, devem ser prioritários, como o desemprego e a melhora do cenário econômico.

"Não vejo como uma guerra ou que seja central no nosso momento. Até acho que essa discussão é menor ante a magnitude dos problemas que nós temos pela frente: temos um país com 12 milhões de desempregados, com uma economia avançando aos trancos e barrancos, desigualdade tremenda e nós vamos ficar discutindo se o cara interpretou Goebbels, se interpretou Stalin? Isso é papo de Ipanema, não é papo de Bagé", finalizou.

Questionado sobre os elogios de Bolsonaro a Alvim às vésperas da exoneração, Mourão respondeu: "Até ele resolver ser o clone do Goebbles, aí dançou."

Regina Duarte

Na avaliação de Mourão, ao convidar Regina Duarte para assumir a Secretaria Especial de Cultura, Bolsonaro demonstra que se importa com a área.

"O presidente está dando uma demonstração de trazer uma pessoa do meio artístico comprometida com as expressões da cultura nacional, é uma figura reconhecida em todo Brasil que tem um pensamento similar ao que é o pensamento do nosso governo. É uma boa medida."

"Governo que quer impor cultura é governo totalitário. Não é nossa intenção. Na nossa visão o governo tem que ser um facilitador da cultura, para que chegue aqueles rincões, também para que os artistas e escritores que tem dificuldade de colocar seu produto no mercado tenha uma forma de financiamento", falou.

Reeleição

Outro tema abordado foi uma eventual candidatura à reeleição de Bolsonaro. Mourão disse que comporia novamente uma chapa como vice se o presidente quiser que ele continue.

"Quando ele precisar de um aconselhamento leal e sincero, ele vai ter."

Respondeu, também, achar que Bolsonaro deveria, sim, concorrer a um segundo mandato. Mas emendou: "eu, particularmente, sou contrário à reeleição. Acho que a reeleição não fez bem ao Brasil. Acho que deveríamos ter mandato de cinco anos, sem direito à reeleição, mas a regra do jogo que está em vigor é essa."

* Com Estadão Conteúdo