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Huck defende novas lideranças políticas e ampla coalizão no Brasil

RENATO S. CERQUEIRA/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Imagem: RENATO S. CERQUEIRA/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Do UOL, em São Paulo

06/02/2020 11h08

O apresentador Luciano Huck, que está cotado para ser um dos candidatos à presidência do Brasil nas eleições de 2022, escreveu um artigo para o site Project Syndicate no qual defendeu o surgimento de novas lideranças políticas e uma ampla coalização para combater a desigualdade social.

Na avaliação de Huck, o Brasil precisa aproveitar as melhores ideias da esquerda e da direita para obter o progresso desejado. Neste cenário, ele destacou que os brasileiros votaram em Jair Bolsonaro esperando mudanças, mas que existe uma divisão no Brasil em relação às expectativas com o governo.

"Para melhorar a educação e a inclusão social, Brasil precisará de novas lideranças. Hoje, a maioria dos brasileiros está frustrada. Em 2013, bem antes dos protestos de massa que eclodiram no Chile e Equador, o Brasil experimentou uma das maiores manifestações de sua história", disse.

"A eleição de 2018 que trouxe Jair Bolsonaro e o governo de direita ao poder revelou a extensão da polarização e insatisfação do eleitorado. Exaustos pela corrupção sistêmica e estagnação econômica, brasileiros votaram pela mudança. Desnecessário dizer que existem opiniões divididas se a presidência de Bolsonaro unificará o Brasil e tornará o Brasil melhor", completou.

Na avaliação de Huck, que oficialmente ainda não se coloca como candidato, a sua geração precisa agir para colocar o Brasil em um novo rumo, pautado por mais eficácia e menos ideologia.

"Minha geração não pode mais aceitar as coisas como estão. Chegou o momento de o Brasil renovar seu contrato social. O Brasil precisa de uma ampla política de coalizão para combater a desigualdade, pegando emprestado as melhores ideias da esquerda e da direita. Pureza ideológica e políticas desiguais não vão resolver a maioria dos problemas brasileiros. Mais do que nunca precisamos de políticos e servidores civis que são tecnicamente e eticamente qualificados para os cargos", disse.

Veja outros trechos do artigo de Luciano Huck:

Ganhos em risco
"Desde a redemocratização em 1985, Brasil obteve ganhos notáveis quando controlou a inflação, expandiu a assistência social e assim reduziu a pobreza. Mas a menos que o país possa combater a desigualdade de renda e reestabelecer a confiança em lideranças políticas, esses ganhos podem ser perdidos"

Desigualdade
"Desde que posso me lembrar, Brasil foi ridicularizado como um país que eternamente esperava ela chegada do futuro. O maior obstáculo para progresso é a desigualdade, que é resultado do legado de colonialismo, escravidão e instituições excludentes"

Educação
"Brasil precisa desesperadamente melhorar a efetividade de 200 mil escolas públicas. Além da construção de novas estruturas, nós devemos encontrar meios de sermos mais efetivos, com o foco no treinamento de professores e desenvolvimento da carreira, educação na infância e preparação para o século XXI. Recentes evoluções na educação que vieram do Ceará, Piauí e Espírito Santo mostram que um progresso rápido é possível".

Ouça o podcast Baixo Clero, com análises políticas de blogueiros do UOL. Os podcasts do UOL estão disponíveis em uol.com.br/podcasts, no Spotify, Apple Podcasts, Google Podcasts e outras plataformas de áudio.