Trevisan: "Em meio à crise, DEM tem se colocado em espaço que foi do PMDB"

Enquanto o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) adota um discurso contrário ao do seu ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, lideranças partidárias fazem com que o DEM ganhe espaço visando o próximo período eleitoral, com o próprio Mandetta, que é do partido, assim como o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre.

No podcast Baixo Clero #31, a jornalista Maria Carolina Trevisan analisa como o partido tem ganhado força no momento em que o Brasil enfrenta a pandemia do novo coronavírus, podendo se colocar num posto que já foi ocupado em gestões anteriores pelo MDB, quando ainda era se chamava PMDB.

"O DEM tem se colocado de maneira protagonista em toda essa situação que nós estamos vivendo. Temos o Rodrigo Maia, temos o David Alcolumbre no Senado, o ministro Mandetta é do DEM, e o governador que também se colocou contra o presidente, que é o Ronaldo Caiado [de Goiás], também é do DEM. Será que o DEM está fazendo o que o PMDB já fez em outros momentos?", afirma Trevisan (disponível no vídeo acima a partir de 10:35).

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Carla Bigatto também observa o crescimento do partido ao mesmo tempo em que os partidos de oposição a Bolsonaro não conseguem formar uma liderança.

"O DEM está se tornando o novo PMDB, está estendendo os tentáculos e está ocupando o máximo de espaço possível que consegue. Eu acho que muito disso também porque a oposição ainda não se reorganizou, não conseguiu juntar os pedaços para levantar e trazer contrapontos muito fortes para o presidente da República", afirma Bigatto.

Já para Diogo Schelp, o crescimento do DEM é reflexo da forma como o próprio presidente Jair Bolsonaro tem demonstrado fragilidade na situação atual do país.

"Você não vai esperar que político não faça política e que não queira crescer ali no jogo político. Quando você percebe que tem alguém que está cheirando a sangue, que está se enfraquecendo, você parte para cima. Na política é assim. Os líderes do DEM estão percebendo que o presidente está enfraquecido", diz Schelp.

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