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Haddad, sobre Mandetta: Governo precisa de aval dos militares para demitir?

01.mai-2019 - Fernando Haddad participa de ato do dia do trabalhador, no Vale do Anhangabaú, em São Paulo - Roberto Casimiro/Estadão Conteúdo
01.mai-2019 - Fernando Haddad participa de ato do dia do trabalhador, no Vale do Anhangabaú, em São Paulo Imagem: Roberto Casimiro/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

13/04/2020 17h36Atualizada em 13/04/2020 17h50

O ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT-SP), disse ver ausência de liderança por parte de Jair Bolsonaro (sem partido) nas ações de combate ao novo coronavírus e criticou a influência que os militares têm sobre as decisões do governo federal.

"O presidente não tem capacidade de tomar uma decisão resolutiva sobre o que quer que seja", afirmou Haddad em entrevista à CNN Brasil. "Ele entra em confronto com a própria equipe, é obrigado a consultar os militares para saber como agir. Estamos dependendo de autorização? O presidente precisa de uma autorização [dos militares] para demitir ministro?", questionou.

A crítica faz referência aos rumores de que o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que adota discurso alinhado à OMS (Organização Mundial da Saúde) e contrário ao presidente, seria demitido. À época, auxiliares do chamado núcleo militar do governo se posicionaram contra uma eventual troca de comando na pasta.

Haddad ainda citou o ministro da Educação, Abraham Weintraub, que recentemente usou de uma imagem de cunho racista para relacionar a China à covid-19. "Está cheio de ministro que precisa ser demitido e não é. O ministro da Educação não recebeu nenhuma repreensão [do presidente], continua falando de um assunto que sequer é da sua área", criticou.

Bolsonaro 'precisa tomar jeito'

Voltando a citar a falta de liderança do governo, o ex-prefeito também disse que Bolsonaro não tem demonstrado condições de tocar o País neste momento e que, se nada mudar, os custos da crise serão maiores tanto para a saúde quanto para a economia.

"O presidente precisa tomar jeito, precisa ter juízo", alfinetou. "Não pode mais ser aquele deputado que passou quase 30 anos no Congresso e nunca participou de uma comissão, não aprovava um projeto. Que ele tenha consciência da responsabilidade que tem para com o País", pediu.