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"Não queremos negociar nada", diz Bolsonaro em manifestação que pedia AI-5

Eduardo Militão

Do UOL, em Brasília

19/04/2020 14h28

Em frente ao Quartel General do Exército, em Brasília, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) discursou em frente a uma multidão de militantes aglomerados que pediam o fechamento do Congresso e o retorno do Ato Institucional número 5, uma regra baixada na ditadura militar. "Não queremos negociar nada", afirmou ele, usando camiseta vermelha em cima de uma caminhonete branca.

O discurso foi transmitido ao vivo pelas redes sociais do próprio presidente. "Todos no Brasil têm que entender que estão submissos à vontade do povo brasileiro", disse ele, antes de começar a tossir bastante. "Chega da velha política".

Antes de falar, os militantes gritavam "Mito", "AI-5" e "Fora, Maia" - uma referência ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Um homem berrou várias vezes "Fecha o Congresso, o STF" e sua voz foi captada pelos microfones dos cinegrafistas do presidente, que faziam a transmissão ao vivo.

Apesar de falar que não quer negociar nada, o presidente não esclareceu exatamente do que falava. Nesta semana, ele entrou em conflito com Rodrigo Maia mais uma vez.

"Eu estou aqui porque acredito em vocês", iniciou o presidente.

"Vocês estão aqui porque acreditam no Brasil. Nós não queremos negociar nada. Nós queremos é ação pelo Brasil. O que tinha de velho ficou para trás. Temos um novo Brasil pela frente. Todos, sem exceção têm que ser patriotas. Acabou a época da patifaria. É agora o povo no poder. Mais do que um direito, vocês têm obrigação de lutar pelo país de vocês. Contem com o seu presidente."

Apesar dos pedidos de volta da ditadura, no discurso, Bolsonaro disse que é preciso "manter a nossa democracia" e a "nossa liberdade".

"Todos no Brasil têm que entender que estão submissos à vontade do povo brasileiro", disse ele, antes de começar a tossir bastante. "Chega da velha política". Ele terminou o discurso tossindo.

Os soldados do Exército e os seguranças do Palácio do Planalto, muitos sem máscaras, fizeram um cordão de isolamento para deixar o presidente longe das pessoas. Bolsonaro não apertou as mãos do público, mas apenas acenou de longe.

Na pandemia de coronavírus, é recomendável usar máscaras, não sair de casa e evitar aglomerações.

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