Justiça dá 72 h para Bolsonaro se manifestar sobre nomeação de chefe da PF
Guilherme Mazieiro
Do UOL, em Brasília
05/05/2020 16h57
O juiz federal da 8ª Vara Cível do Distrito Federal, Francisco Alexandre Ribeiro, deu 72 horas para que o governo Jair Bolsonaro (sem partido) se manifeste sobre a nomeação de Rolando Alexandre de Souza. O processo foi movido pelo MBL (Movimento Brasil Livre), ontem, e pede que a nomeação seja suspensa.
Rolando é próximo da família Bolsonaro e braço direito de Alexandre Ramagem, chefe da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), e foi nomeado ao cargo mais alto da PF na semana passada. No dia de sua posse uma decisão do ministro Alexandre de Moraes suspendeu sua nomeação.
A nomeação de Rolando promoveu alterações na Polícia Federal no Rio de Janeiro, reduto político da família Bolsonaro. Hoje, Bolsonaro foi questionado por jornalistas se a troca do comando no Rio foi feita a seu pedido, ele não respondeu e mandou os jornalistas calarem a boca.
O MBL ingressou com pedido de impeachment contra Bolsonaro. O grupo que tem entre suas lideranças o deputado Kim Kataguiri (DEM-SP) ingressou com pedido de impeachment contra o presidente. A relação entre MBL e Bolsonaro se desgastou ao longo do mandato da gestão.
"Em termos práticos, Bolsonaro substituiu o nomeado por terceiro alinhado à seus interesses escusos, como ficou evidenciado em seu primeiro ato após empossado - O novo Diretor da Polícia Federal substituiu o superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro", considerou a ação movida pelo advogado Rubens Nunes.
A Secretaria de Comunicação Especial da Presidência da República foi procurada, mas não quis se manifestar sobre o processo.