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Paulo Marinho debocha de palavrões e gritos de Bolsonaro: 'Elegante'

20.mai.2020 - O empresário Paulo Marinho fala com jornalistas após depor por cinco horas à Polícia Federal, no Rio de Janeiro - Helio Melo/Framephoto/Estadão Conteúdo
20.mai.2020 - O empresário Paulo Marinho fala com jornalistas após depor por cinco horas à Polícia Federal, no Rio de Janeiro Imagem: Helio Melo/Framephoto/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

22/05/2020 21h09Atualizada em 23/05/2020 00h23

O empresário Paulo Marinho debochou da entrevista "acalorada" que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) concedeu hoje a jornalistas em frente ao Palácio da Alvorada. Marinho, muito criticado por Bolsonaro, disse estar feliz em ver o presidente tão "elegante" na TV com um dos casacos que ele lhe presenteou quando o visitou no hospital.

"Capitão, acabo de vê-lo elegante dando entrevista na TV. Fico feliz que está bem agasalhado com um dos casacos que lhe foi presenteado por esse 'empresário sem CNPJ' aqui, quando fui visitá-lo no hospital em companhia do nosso saudoso amigo Gustavo Bebianno. Bom fds!", escreveu o empresário em uma rede social, mencionando um dos xingamentos proferidos pelo presidente.

Os caminhos de Bolsonaro e Marinho se "cruzaram" depois que o empresário acusou um delegado da Polícia Federal de vazar ao senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente, a informação da existência de uma investigação contra seu ex-assessor, Fabrício Queiroz. Marinho já depôs à PF sobre essa denúncia, feita em entrevista à Folha de S. Paulo.

Ataques ao exterior e ao STF

Na entrevista citada por Marinho, o presidente também voltou a fazer críticas à divulgação do vídeo da reunião ministerial de 22 de abril. Emendando um xingamento ao outro, ele afirmou que países estão "tocando fogo no rabo dos brasileiros", se disse um "f*dido financeiramente" e repetiu inúmeras vezes que o ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, não tem nada contra ele.

"[Os países estrangeiros] Estão tocando fogo no rabo dos brasileiros. O pessoal não entende o que a política de fora quer, o que querem para o Brasil", bradou o presidente.

Ele também fez ataques ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Celso de Mello, por um pedido de apreensão de seu celular e do celular de seu filho, o vereador Carlos Bolsonaro. Apesar da indignação de Bolsonaro, o pedido não foi feito pelo ministro, e sim por PDT, PSB e PV, e Mello apenas o enviou à PGR (Procuradoria-Geral da República) —um trâmite burocrático.

Aos gritos, o presidente disse que o celular não é um objeto pessoal, e sim institucional, e contém ligações com chefes de Estado e outras autoridades importantes. "Não estou acreditando nesse pedido. O senhor Augusto Aras [PGR], que tem sua autonomia, vai decidir. Me desculpe, senhor Celso de Mello: retire seu pedido, porque meu telefone não será entregue. Ninguém vai pegar meu telefone", garantiu.