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Baixo Clero

A jornalista Carla Bigatto conduz com analistas um papo sobre temas que dominam a pauta política.


Randolfe: Armas citadas por Bolsonaro não são para povo, mas para a milícia

Do UOL, em São Paulo

22/05/2020 20h00

Para o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder da oposição, o vídeo da reunião ministerial de 22 de abril "mostra as intenções mais funestas do Presidente da República" (ouça no arquivo acima a partir de 8:54). Essa reunião ministerial do dia 22 de abril teve o sigilo retirado pelo ministro Celso de Mello, do STF, relator de inquérito que apura suposta interferência presidencial na Polícia Federal.

Em entrevista ao podcast Baixo Clero, Randolfe continuou: "Veja, eles falam em armar todos. Na verdade, o Presidente da República já demonstrou ter relações diretas com o submundo do crime. Já demonstrou, no passado, querer fazer legalização de milícias. As armas que eles querem, que ele fala, não é para o povo brasileiro, é para os grupos milicianos, que ele quer armar e colocar à serviço de seus intentos".

A declaração foi feita em uma edição especial de Baixo Clero, o podcast de política do UOL, que nesta sexta-feira repercutiu os impactos da divulgação do vídeo da reunião ministerial. Além de Randolfe, participaram da conversa o Coronel Tadeu (PSL-SP), deputado federal, Daniel Sarmento, professor de Direito Constitucional da UERJ, e Rodrigo Prando, sociólogo e professor do Mackenzie. A apresentação foi de Maria Carolina Trevisan e Diogo Schelp, colunistas do UOL e do Baixo Clero.

Na entrevista, Randolfe comentou ainda sobre a nota do ministro-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), general Augusto Heleno, que atacou o pedido de apreensão dos celulares do presidente Jair Bolsonaro e de seu filho, Carlos Bolsonaro, feito pelo PDT, PSB e PV em notícia-crime enviada ao STF (Supremo Tribunal Federal) e encaminhada pelo ministro Celso de Mello à PGR (Procuradoria-Geral da República) para avaliação.

Para o senador, a reação foi "tresloucada, típica de um general de pijama que está anacronicamente em 1964 e não em 2020. O senhor Augusto Heleno tem que ser colocado para exercer o cargo em 2020 ou então tem que ficar em casa, como todo mundo está fazendo, para evitar os danos que ele ameaça à democracia brasileira. A reação dele é desproporcional e eu só quero acreditar que essa reação existiu por uma circunstância: para tentar desviar o foco deste vídeo, que foi revelado logo em seguida" (ouça no arquivo a partir de 13:34).

Randolfe diz não acreditar que essa ação do general Heleno tenha respaldo na tradição das forças armadas brasileiras. "Eu confio no compromisso das forças armadas com a democracia e com as instituições democráticas. Não acredito que qualquer setor das forças armadas vai se meter em uma aventura, principalmente a partir de palavras de ordem de um tresloucado general de pijama que está anacronicamente em 1964", continuou.

Baixo Clero está disponível no Spotify, na Apple Podcasts, no Google Podcasts, no Castbox, no Deezer e em outros distribuidores. Você também pode ouvir o programa no YouTube. Outros podcasts do UOL estão disponíveis em uol.com.br/podcasts.