Gilmar Mendes: 'MP e Judiciário devem investigar atos contra jornalistas'
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes afirmou hoje que o Ministério Público e o Poder Judiciário devem investigar agressões sofridas por jornalistas em frente ao Palácio da Alvorada. A declaração foi dada um dia após veículos de imprensa, incluindo o UOL, anunciarem que não realizarão mais a cobertura em frente à residência oficial da Presidência da República.
"É chocante a decisão da Folha e da Rede Globo de suspender a cobertura no Palácio da Alvorada diante de riscos à integridade moral e física dos jornalistas. O MP e o Judiciário devem investigar esses atos que, se existentes, configuram atentado grave à liberdade de imprensa", escreveu o ministro no Twitter.
O UOL, o jornal Folha de S.Paulo, o Grupo Globo, o site Metrópoles e a Band decidiram retirar os jornalistas do chamado "curralzinho", espaço normalmente destinado à imprensa na frente do Alvorada pela falta de segurança no local. Jornalistas vêm sendo hostilizados frequentemente por apoiadores do presidente, que xingam e exigem a saída dos profissionais.
Em nota divulgada hoje, o GSI (Gabinete de Segurança Institucional) afirmou que "criou as melhores condições possíveis para o trabalho dos profissionais de imprensa" no Palácio da Alvorada.
"O GSI entende e respeita os princípios de liberdade de expressão garantidos pela legislação vigente. Assim sendo, criou as melhores condições possíveis para o trabalho dos profissionais de imprensa e, também, um espaço reservado aos apoiadores do presidente", diz um trecho do comunicado.
"Continuaremos aperfeiçoando esse dispositivo, para que o local permaneça em condições de atender às expectativas de trabalho e de livre manifestação dos públicos distintos que, diariamente, comparecem ao Palácio da Alvorada", acrescenta.
Hoje o presidente Jair Bolsonaro chegou a declarar que a imprensa estaria 'se vitimizando'.
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