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Moro comenta operações da PF: 'Que sejam apurados os supostos crimes'

Sergio Moro concede entrevista em Brasília em março de 2020 - Andre Coelho/Getty Images
Sergio Moro concede entrevista em Brasília em março de 2020 Imagem: Andre Coelho/Getty Images

Do UOL, em São Paulo

27/05/2020 14h14

O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro disse hoje que a Polícia Federal tem que trabalhar com autonomia e pediu que sejam apurados os supostos crimes no Rio de Janeiro e identificados os autores de rede de fake news.

Moro se referia as operações deflagradas ontem e hoje pela corporação, respectivamente. Ontem, a Polícia Federal cumpriu mandados numa investigação sobre indícios de desvios de recursos públicos enquanto vigora o estado de emergência de saúde pública em decorrência do novo coronavírus. Endereços ligados ao governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), adversário político do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), foram alvos de busca e apreensão.

Hoje a PF cumpriu mandados de busca e apreensão em cinco estados e no Distrito Federal relacionados ao inquérito das fake news, que é conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal). Entre os alvos estão pessoas próximas ao presidente.

"A Polícia Federal tem que trabalhar com autonomia. Que sejam apurados os supostos crimes no RJ e também identificados os autores da rede de fake news e de ofensas em massa. Diante das denúncias de interferência na PF, o Min. Alexandre manteve os delegados que estavam na investigação", disse Moro no Twitter.

A postagem é acompanhada por uma imagem de troca de mensagens de Moro com Bolsonaro e que, segundo ele, indicam que o mandatário queria substituir a direção-geral da Polícia Federal, entre outros motivos, devido ao inquérito das fake news. Elas já haviam sido apresentadas pelo ex-juiz anteriormente.

Na troca de mensagens por aplicativo, Bolsonaro enviou ao então ministro uma matéria do site O Antagonista intitulada "PF na cola de 10 a 12 deputados bolsonaristas". Em seguida, o mandatário escreve: "Mais um motivo para a troca", se referindo à sua intenção de tirar Maurício Valeixo do comando da corporação.

Ainda segundo as mensagens, Moro responde a Bolsonaro argumentando que a investigação não tinha sido pedida por Valeixo. "Este inquérito é conduzido pelo ministro Alexandre no STF. Diligências por ele determinadas; quebras por eles determinadas; buscas por ele determinadas. Conversamos em seguida às 9h."

Moro deixou o ministério no dia 24 de abril alegando interferência de Bolsonaro na Polícia Federal, o que ele nega. Há um inquérito sobre o caso no STF, sob a relatoria do ministro Celso de Mello.